Covid-19: PCP considera "limitada" resposta europeia à crise

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 27 mai 2020 (Lusa) -- O secretário-geral do PCP considerou "limitada" a proposta da Comissão Europeia para responder à pandemia de covid-19 na Europa, hoje anunciada, e manifestou-se contra "condicionantes e imposições" no acesso dos Estados-membros a essas verbas.

Numa sessão pública sobre "Soberania e desenvolvimento, opções para um Portugal com futuro", transmitida a partir da sede do PCP através das redes sociais, Jerónimo de Sousa assinalou o "caráter limitado dos montantes" previstos pela Comissão, que ficam "aquém dos valores de referência que tinham vindo a ser sinalizados por diversas instituições".

"A questão de fundo que se coloca é a de saber quais as condicionantes e imposições que estarão associadas a estas verbas e se as mesmas continuarão amarradas aos critérios da União Europeia empurrando o País para uma espiral de endividamento, ou se vão ser canalizadas para aquilo que faz falta ao país", afirmou.

Para o líder dos comunistas, Portugal e o mundo precisam, além da "imunidade coletiva" quanto ao novo coronavírus, precisam de "criar" outros anticorpos.

"Precisa também de criar anticorpos em relação às políticas neoliberais, combater a concentração monopolista, acelerada pela crise, as regressões que a acompanham, a integração capitalista europeia que a serve, o afunilamento e subordinação do seu devir coletivo às necessidades de acumulação do grande capital, nacional e estrangeiro", disse.

"Vacina para isto pode ser mais difícil que para o coronavírus. Implica ruturas. Exige ruturas", concluiu.

Além de Jerónimo de Sousa, participam neste debate por videoconferência os economistas Ricardo Paes Mamede, Ana Oliveira e Agostinho Lopes, ex-deputado, o eurodeputado João Ferreira, além de Vasco Cardoso, da Comissão Política do PCP.

A Comissão Europeia vai propor um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros para a Europa superar a crise provocada pela pandemia da covid-19, revelou hoje o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.

"A Comissão propõe um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros, além dos instrumentos comuns já lançados. Um avanço europeu para fazer face a uma crise sem precedentes", escreveu o comissário italiano na sua conta oficial na rede social Twitter.

De acordo com a agência noticiosa alemã Dpa, dois terços do montante do Fundo, ou seja 500 mil milhões de euros, serão canalizados para os Estados-membros através de subsídios a fundo perdido, e os restantes 250 mil milhões na forma de empréstimos.

 

NS (ACC/ANE) //SF

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