Covid-19: Exportações portuguesas para Espanha recuam 16,2% em março - INE
Porto Canal com Lusa
Redação, 08 mai 2020 (Lusa) -- As exportações portuguesas para Espanha, principal parceiro comercial de Portugal, caíram 16,2% em março, em termos homólogos, após terem registado um aumento médio de 6,5% em janeiro-fevereiro, penalizadas pelos efeitos da pandemia, divulgou hoje o INE.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações para o país vizinho ressentiram-se, sobretudo, na categoria de 'material de transporte'.
Nas "Estatísticas do Comércio Internacional" relativas ao mês de março, hoje divulgadas, e para melhor perceber o impacto que o surto de covid-19 está a ter nas exportações e importações portuguesas, o INE analisou as variações por principais países e por categorias de produtos, em março face ao mesmo mês de 2019, quando comparadas com as variações médias verificadas em janeiro-fevereiro de 2020 face ao mesmo período do ano anterior.
Nas exportações, em relação aos dez principais clientes de Portugal, verificaram-se taxas de variação homólogas inferiores em março face ao período janeiro-fevereiro, exceto nas exportações para Angola.
Segundo o INE, nos dois primeiros meses do ano tinham-se registado aumentos nas exportações para a Bélgica (+20,4%), Estados Unidos (+13,0%), França (+7,3%) e Espanha (+6,5%), mas em março apenas aumentaram as exportações para os Estados Unidos (+5,6%).
De acordo com o INE, "destaque para as exportações para a Bélgica, que, após um crescimento médio de 20,4% no período janeiro-fevereiro, diminuíram 32,3% em março".
Já as exportações para Espanha, o principal parceiro português, registaram um decréscimo de 16,2% em março, principalmente devido ao 'material de transporte'.
Os 'fornecimentos industriais', principal categoria de produtos exportada por Portugal, já apresentavam uma descida de 4,9% nos primeiros dois meses do ano, tendo acentuado esse decréscimo para -8,1% em março, mas foi o 'material de transporte' que registou o maior decréscimo em março (-33,5%; +0,5% em termos médios, nos dois primeiros meses do ano), principalmente devido aos 'automóveis para transporte de passageiros'.
Por oposição, apenas os 'produtos alimentares e bebidas' apresentaram uma subida em março (+3,8%, após um acréscimo de 2,3% no período janeiro-fevereiro).
Quanto às exportações de 'combustíveis e lubrificantes', que no período janeiro-fevereiro tinham registado o maior acréscimo (+46,7%), em março de 2020 diminuíram 5,3%.
No que se refere às importações, o decréscimo homólogo registado em março "foi generalizado às importações provenientes dos dez principais países fornecedores", enquanto no período janeiro-fevereiro se tinham registado aumentos nas importações provenientes do Reino Unido (+26,1%), Estados Unidos (+10,0%), Países Baixos (+3,1%), Bélgica (+2,4%), China (+2,4%) e Espanha (+1,6%).
De acordo com o INE, os maiores decréscimos em valor no mês de março aconteceram com França (-47,0%) e Espanha (-12,2%), mas em termos relativos as importações originárias da Rússia registaram a maior redução (-80,9%).
O 'material de transporte' registou o maior decréscimo no mês de março, -38,4%, após uma redução de 1,8% nos primeiros dois meses de 2020, principalmente devido ao 'outro material de transporte' (aviões), fundamentalmente proveniente de França.
O INE nota que apenas os 'produtos alimentares e bebidas' registaram um acréscimo homólogo em março (+6,7%, após um acréscimo médio de 3,2% nos dois meses anteriores).
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Em Portugal morreram 1.105 pessoas das 26.715 confirmadas como infetadas, e há 2.258 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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