Investigadores da Universidade de Aveiro avaliam degradação dos solos

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Porto Canal / Agências

Aveiro, 01 mar (Lusa) - Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA), envolvida no projeto RECARE, que hoje é lançado pela União Europeia, vai avaliar os solos nacionais e procurar soluções para impedir a sua degradação.

Os investigadores portugueses, que participam no trabalho multidisciplinar de investigadores de 27 organizações da Europa, vão avaliar pela primeira vez o estado dos solos nacionais, identificar e estudar os fenómenos que os afetam e desenvolver soluções inovadoras para impedir que, a longo prazo, principalmente o sul do país, se transforme num deserto árido.

"Neste momento é-nos difícil fazer uma avaliação global do estado dos solos em Portugal, não só pela variedade de ameaças, mas também porque há muito falta de informação, tanto no que diz respeito ao estado de degradação dos solos, como sobre a intensidade com que muitos dos processos de degradação estão a decorrer", explica Jan Jacob Keizer, investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da Universidade de Aveiro.

Jan Keizer, que coordena o RECARE em Portugal e especialista em erosão, aponta que "entre os principais problemas que o país enfrenta em termos dos seus solos figuram a desertificação e a impermeabilização, em particular depois dos incêndios florestais.

Pioneira em Portugal no estudo dos processos erosivos e em medidas de combate ao fenómeno, a equipa da UA, a única nacional presente no RECARE, vai focar-se essencialmente nos processos de erosão do solo português após a ocorrência de incêndios e, em particular, na sua mitigação através de medidas de estabilização de emergência.

"Durante os últimos anos, a nossa equipa de investigação tem testado, de forma bastante exaustiva, algumas das chamadas medidas de estabilização de emergência pós-fogo", explica Jan Jacob Keizer.

O responsável pelo RECARE em Portugal garante que "esses estudos têm demonstrado que a aplicação de um coberto de materiais orgânicos, como por exemplo resíduos florestais [?mulching', na língua inglesa] sobre um solo queimado, permite reduzir significativamente as perdas do solo, mas também as perdas de muitos nutrientes contidos nas cinzas e nas camadas superficiais do solo".

"O mulching provou ser eficaz tanto quando efetuado logo após um incêndio, como após o corte de árvores", revela o cientista.

A contaminação dos solos, seja pela ação do fogo, seja por práticas agrícolas, e as perdas de matéria orgânica e de biodiversidade do solo, são outros dos aspetos a que os investigadores da UA se vão dedicar durante os cinco anos de duração do RECARE.

O projeto RECARE, financiado em nove milhões de euros, inclui 17 casos de estudo de ameaças ao solo, onde se irão estudar as várias condições que ocorrem pela Europa e encontrar soluções apropriadas, combinando conhecimento científico e local.

Coen Ritsema, coordenador europeu do RECARE e investigador do Departamento de Física do Solo e Ordenamento do Território da Universidade de Wageningen (Holanda), salienta que, "devido ao aumento da intervenção humana e à gestão não sustentável, os solos estão atualmente sob crescente ameaça de um amplo conjunto de processos de degradação, como a erosão do solo, a compactação, a desertificação, a salinização, a impermeabilização e a perda de matéria orgânica e de biodiversidade".

MSO // JGJ

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