Covid-19: Caos no Lar do Comércio. Câmara de Matosinhos admite intervenção mais musculada para impor cumprimento de normas
Porto Canal com Lusa
O vereador da Proteção Civil da Câmara de Matosinhos admitiu hoje uma intervenção mais musculada no Lar do Comércio, com a entrada de bombeiros e proteção civil para impor o cumprimento das normas e garantir a separação dos utentes.
Em declarações à Lusa, José Pedro Rodrigues adiantou que no quadro da vistoria realizada na quinta-feira foi decidido reforçar, entre hoje e sábado, o quadro de profissionais da instituição com a contratação de sete a oito enfermeiros e pessoal de ação direta.
O vereador do pelouro referiu que vai ser mantida uma avaliação permanente da situação, nomeadamente ao nível da gestão técnica e das equipas ao serviço do lar, por forma a garantir a correção das falhas detetadas pelas autoridades de saúde, nomeadamente na separação de utentes.
"Há aqui um quadro [de incumprimento] que nos leva a tomar esta decisão, eventualmente, ainda amanhã poderão ser ativadas outras respostas para garantir a segregação absoluta dos utentes", referiu, acrescentando que "eventualmente a mobilização, se necessário, do corpo de bombeiros e da proteção civil para garantir a reorganização dos espaços de positivo e de negativos dentro da instituição, aspetos que permanecem sem uma resolução adequada".
Segundo José Pedro Rodrigues essa avaliação será feita amanhã em face uma situação "muito desfavorável" e que pode justificar "a mobilização de mais meios".
Desconhecendo ainda o número total de infetados, o vereador salientou que estamos perante uma situação de evolução do contágio dentro da instituição que até quinta-feira, não tinha ainda posto corrigido as falhas identificadas na semana passada pelas autoridades de saúde.
Segundo a instituição, o primeiro caso positivo de covid-19 positivo foi detetado no dia 12 de abril, contabilizando-se, até quinta-feira, seis mortes, três confirmadas por covid-19 e 21 idosos infetados.
Aquele lar de terceira idade foi já vistoriado pelas autoridades de saúde três vezes, a última das quais na quinta-feira, altura em que foram determinadas, pelas autoridades de saúde, novas medidas corretivas em face da verificação do incumprimento das normas de seguranças, higienização e segregação dos utentes.
Em Portugal, morreram 854 pessoas das 22.797 confirmadas como infetadas, e há 1.228 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde. A região Norte é a que regista o maior número de mortos (491).