Covid-19: Cooperativa Mirandesa vive "pesadelo" por quebra na venda de carne de bovino

| Norte
Porto Canal com Lusa

Vimioso, Bragança, 02 abr (Lusa) - A Cooperativa Agropecuária Mirandesa (CAM) anunciou hoje que vive uma dos maiores "pesadelos" da sua história devido à quebra acentuada na comercialização e venda de carne certificada do bovino de raça provocada pela pandemia da covd-19.

"Estamos a viver um cenário que nem nos piores pesadelos seria imaginado. Organizámos ao longo de décadas a nossa produção e tínhamos um mercado estável e tudo estava a funcionar. De um dia para o outro, dos 430 clientes ativos ficamos 19, o que é pouco para a quantidade de produção que temos", explicou o administrador da CAM, Nuno Paulo.

O tempo de duração das restrições que são impostas pelas entidades responsáveis é outros dos fatores que "atrapalham" os produtores, "já que não há um espaço temporal para que se possa perceber o prolongamento desta crise pandémica provocada pela covid-19".

"Uma coisa é aguentar uma semana ou duas. Outra é estarmos um mês ou dois meses em que os animais têm de continuar a comer e a crescer, o que vai alterar as regras de certificação das carcaças de bovino mirandês. Um animal para ser certificado tem de ter controlo de idade. Exemplificado: uma vitela de leite não é um novilho", explicou.

A média de animais abatidos pela CAM, sediada em Vimioso, no distrito de Bragana, ronda os 60 animais por semana.

"Durante a última semana só abatemos 12 bovinos", contabilizou o responsável pela CAM.

Segundo Nuno Paulo, quanto mais tempo demorarem as restrições impostas para controlar a pandemia provocada pelo coronavírus "mais tempo vai demorar a recuperar este mercado".

Em 2019, a CAM comercializou 329 toneladas de carne certificada de bovino de raça mirandesa, o que representa mais de três milhões de euros.

Por outro lado, a CAM admitiu que Portugal não tem a capacidade competitiva de Espanha no que respeita à venda de carne, porque o país vizinho coloca o produto no mercado "a preços muito mais baixos".

"Este país [Espanha] tem uma capacidade comercial que não se insere muito na nossa cultura e se tiverem que vender, vendem ao preço que for preciso. A carne de bovino que chega de Espanha está a entrar no nosso mercado a um preço inferior à de suíno", explicou Nuno Paulo.

Para o responsável por esta estrutura agropecuária, "é impensável em Portugal, principalmente para quem comercializa um produto certificado e de qualidade superior como é a carne de bovino mirandês".

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes, mais 22 do que na quarta-feira (+11,8%), e 9.034 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 783 em relação à véspera (+9,5%).

Dos infetados, 1.042 estão internados, 240 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até ao final do dia 17 de abril.

FYP // MSP

Lusa/fim

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