Covid-19: Madeira vive momento de "recessão absoluta"

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Porto Canal com Lusa

Funchal, Madeira, 15 mar (Lusa) - O presidente do Governo da Madeira considerou hoje que a região vive um dos momentos mais difíceis, com a economia a viver uma "fase de recessão absoluta", anunciando a preparação de medidas de apoio às famílias e empresas.

"É preciso perceber que estamos numa situação muito grave, das mais graves que a Madeira passou e tudo o que acontecer vai depender de fatores que não controlamos e do comportamento cívico que temos", declarou Miguel Albuquerque numa conferência de imprensa para fazer o ponto da situação relacionado com a pandemia do Covid-19.

O governante madeirense sublinhou que esta é "uma situação de exceção" e que o "turismo está numa fase de recessão absoluta".

O responsável insular argumentou que este "surto exige por parte das autoridades decisões e implica comportamentos cívicos das pessoas e famílias essenciais para que os efeitos não sejam devastadores".

Anunciou que foi formado um grupo de trabalho com a Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), que vão depois delinear "um conjunto de apoios para as empresas e famílias", porque esta pandemia do Covid-19 "vai ter um efeito devastador na economia" da região.

"Neste momento estamos perante uma ameaça mortal e temos que hierarquizar as coisas, salvaguardar a nossa vida e saúde e depois salvar a economia", sustentou, reforçando que o Governo Regional vai "fazer tudo para que as famílias e as empresas sejam apoiadas".

Miguel Albuquerque ainda falou das medidas que serão implementadas a partir de terça-feira nos serviços da Administração Pública Regional, tendo em conta que os autocarros só podem circular com 50% da sua lotação máxima.

Assim, na reunião do executivo madeirense de segunda-feira será determinado, entre outros aspetos, "a redução do número de efetivos a prestar serviço presencial ou atendimento para metade em cada organismos e setor empresarial da região".

O atendimento ao público será efetuado apenas em "situações urgentes, inadiáveis e que não possam ser efetuadas por meios eletrónicos, também para proteger os funcionários", acrescentou.

O executivo regional vai "instituir regime de jornada contínua, entre as 10:00 e as 16:00 horas" e solicitar a todos os organismos e entidades públicas que "adotem medidas necessárias na simplificação dos procedimentos administrativos".

Estas medidas devem entrar em vigor na terça-feira e excluem os elementos da proteção civil e saúde.

"Amanhã vamos tomar outras medidas porque os recursos são limitados", realçou Miguel Albuquerque, mencionando que estão a ser acompanhadas uma centena de situações de pessoas em quarentena.

Agradeceu ainda a forma como a população e os estudantes têm acatado as deliberações do Governo Regional, nomeadamente de permanecerem em casa, instando que "todos temos de ser responsáveis".

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda as 164 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.

Os governos regionais da Madeira e dos Açores decidiram impor um período de quarentena a todos os passageiros que aterrarem nos arquipélagos, enquanto o Governo da República desaconselhou as deslocações às ilhas.

Na Madeira ainda não foi oficialmente confirmado qualquer caso da doença.

AMB // JPF

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