É "exigência democrática" divulgar onde serão os cortes antes das eleições - BE
Porto Canal / Agências
Braga, 24 mar (Lusa) - O coordenador do BE afirmou hoje ser uma "exigência democrática" que o Governo divulgue "com rigor" antes das eleições europeias onde vai ser o corte no valor de cerca de 1,5 mil milhões de euros.
Em Guimarães, à margem de uma visita ao laboratório 3B´s da Universidade do Minho, João Semedo acusou o Governo de "esconder" onde pretende efetuar cortes na despesa pública e de ter a intenção de continuar com a austeridade mesmo depois de terminado o plano de ajuda a Portugal.
O líder bloquista realçou ainda que o BE tem uma "alternativa diferente" aos cortes e à austeridade para que Portugal entre num ciclo de crescimento económico.
"A exigência democrática quer se pode fazer é que, antes das eleições europeias, o Governo divulgue com rigor onde vai cortar para que os portugueses saibam exatamente o que se vai passar neste país, quais são as intenções deste Governo e quais são as alternativas", apontou.
João Semedo comentava assim o que o ex-líder do PSD Marques Mendes disse, sábado no seu espaço de comentário na SIC, sobre o Conselho de Ministros já ter começado a discutir o Documento de Estratégia Orçamental para 2015, no qual constam os cortes do próximo ano.
"Já há um número. Os cortes em 2015 vão oscilar entre os 1,5 e 1,7 mil milhões de euros", afirmou Marques Mendes.
Para o BE o comentador revelou um "segredo de polichinelo" uma vez que, explicou, toda a gente o sabe, basta fazer as contas".
No entanto, Semedo exige que Passos Coelho clarifique onde se vão dar os cortes.
"A 'troika' vai embora mas vai deixar mais cortes e austeridade. O próprio Governo não o esconde embora esconda onde vai fazer esses cortes", acusou.
Segundo o líder do Bloco, "se o défice das contas públicas tiver que se reduzir em 4 por cento em 2014 para 2,5 do PIB em 2015 significa que tem que haver um reequilíbrio das contas públicas no valor de 2,4 mil milhões de euros" o que, disse, "significa mais cortes".
Cortes estes que para os bloquistas serão "cortes em salários, nas pensões, nos serviços públicos, aquilo que o Governo tem feito e a única coisa que sabe fazer".
O BE, garantiu Semedo, "tem uma alternativa diferente dos cortes e da austeridade que é a reestruturação da divida" que, explanou, é a "única forma possível de canalizar para o investimento na economia aquilo que são as receitas do Estado e não para pagar os juros dos credores".
Semedo alertou ainda que a austeridade é "incompatível com o crescimento económico" mas que não irá terminar com a saída da 'troika' do país.
"Vai haver mais austeridade e é essa a intenção do Governo, mesmo depois da saída da 'troika", disse.
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