Maioria das chamadas recebidas o ano passado na Linha 144 foram falsas

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 17 mar (Lusa) -- A quase totalidade dos cerca de 156 mil telefonemas feitos em 2013 para a Linha Nacional de Emergência Social (LNES) -- Linha 144 foram falsas chamadas, revelaram dados do Instituto de Segurança Social.

Segundo informação do Instituto de Segurança Social (ISS), a Linha 144 é um serviço público, gratuito, de âmbito nacional, que funciona 24 horas por dia para "proteção e salvaguarda da segurança dos cidadãos em situação de emergência social".

Em resposta a um pedido da agência Lusa, o ISS dá conta que em 2013 recebeu 155.986 chamadas, menos 15.635 do que em 2012, e que cerca de 85% revelaram ser "chamadas não úteis".

"Por chamadas não úteis deve entender-se chamadas enganadas, desligadas, brincadeiras, etc", explica o ISS.

Diz também que das cerca de 23.397 chamadas úteis, "existe ainda uma percentagem reduzida de chamadas que, pese embora não se enquadrem no âmbito da atuação da LNES, implicam um encaminhamento para outros serviços/entidades/linhas que se revelem mais adequados ao problema apresentado".

Em relação às chamadas efetivamente tratadas pela Linha 144, o ISS adianta que a maioria dizia respeito a questões de violência doméstica (43%), logo seguido dos desalojamentos (24%), da ausência ou perda de autonomia (13%), das crianças ou jovens em perigo (7%), havendo ainda 13% de situações não especificadas.

"Em 2013, das chamadas atendidas e triadas pela equipa técnica da LNES, considerando apenas aquelas que resultam em situações de emergência, isto é, que necessitam de uma intervenção e resposta imediata, do total de pessoas apoiadas, 21% respeitavam a pessoas com mais de 65 anos", refere o ISS, acrescentando que esse valor foi de 18% em 2012.

O ISS entende como uma situação de emergência social "qualquer situação estimada como ameaçante e que coloca as pessoas em situação de perigo e desproteção, decorrentes da ausência de condições mínimas de sobrevivência e exigindo uma resposta imediata a situações que necessitem de atuação emergente e urgente no âmbito da proteção social".

Nesse sentido, do total de pessoas apoiadas o ano passado, 62% eram mulheres e 36% eram homens, havendo 2% cujo género não foi possível apurar no momento da triagem, dada a situação de emergência social.

Em relação ao encaminhamento dado às situações recebidas, o ISS diz que quando está em causa uma situação de emergência social, "é acionada uma resposta social imediata que pode incluir, entre outros, alojamento, alimentação e outros bens de primeira necessidade, de forma a dar continuidade ao apoio prestado em emergência".

Se estiver em causa uma situação grave ou urgente, mas que não requeira uma intervenção imediata, "é feita uma sinalização do caso junto dos serviços de ação social do respetivo distrito com o objetivo de aprofundar o pré-diagnóstico da Equipa Técnica da LNES e prestar a resposta social que melhor se adeque ao problema identificado".

A primeira triagem da Linha 144 é feita por uma equipa da Portugal Telecom, que filtra todas as que "se enquadram no âmbito da atuação da LNES daquelas que são não úteis".

"No caso de se tratar de uma chamada útil, as chamadas são transferidas para a equipa técnica da LNES, constituída por técnicos superiores do Instituto da Segurança Social que procedem à avaliação do risco e ao pré-diagnóstico, identificando as situações de acordo com os critérios de emergência social e de crise", explica o ISS.

SV // CC.

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