Oposição de El Salvador volta a protestar contra "fraude" eleitoral e recorre ao Supremo
Porto Canal / Agências
San Salvador, 15 mar (Lusa) -- A Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), partido da oposição de El Salvador, voltou a protestar, na sexta-feira, nas ruas e apelou ao Supremo para exigir a recontagem "voto a voto" dos resultados das eleições presidenciais de domingo.
Mais de mil membros da ARENA (direita) realizaram uma marcha pacífica até às imediações do hotel de San Salvador, onde o Supremo Tribunal Eleitoral tem montado o seu centro de operações, para reiterar a sua denúncia de "fraude", após a derrota por uma margem mínima.
"Continuamos a exigir que se contem os votos um a um", disse o presidente da ARENA, Jorge Velado, que participou na manifestação com outros dirigentes e deputados do partido da oposição, que levou a cabo idênticas manifestações na terça e quarta-feira.
Paralelamente à marcha, o candidato presidencial do ARENA, Norman Quijano, interpôs diante do Supremo Tribunal de Justiça um recurso com vista à recontagem de cada um dos votos depositados nas urnas.
Ao Ministério Público, foram ainda entregues alegadas privas de "dupla votação" que, segundo o partido da oposição, favoreceram a Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional (FMLN, esquerda), no poder.
O ARENA alega ter "indícios" de, pelo menos, "20 mil votos duplos".
O Supremo Tribunal Eleitoral recusou, na terça-feira, um pedido do ARENA para uma nova contagem 'voto a voto', sob o argumento de que a lei só o permite em casos excecionais, uma vez oficializada a recontagem final.
O escrutínio definitivo da segunda volta das presidenciais ratificou, na quinta-feira, a apertada vantagem, de apenas 0,22 pontos percentuais, de Sánchez Cerén sobre Quijano (50,11% dos votos contra 49,89%), distantes dos quase dez pontos de vantagem que conquistou na primeira volta realizada a 02 de fevereiro.
A autoridade eleitoral espera tratar pelo menos seis recursos interpostos pelo ARENA, incluindo um de nulidade das eleições, para oficializar o resultado final e proclamar o vencedor das presidenciais, o que espera poder fazer na próxima semana.
DM // DM.
Lusa/Fim