Eleições: Necessidade de entendimento do PS com partidos pequenos destacada pela imprensa britânica

| Política
Porto Canal com Lusa

Londres, 07 out 2019 (Lusa) - A insuficiência de votos para uma maioria absoluta em Portugal e a necessidade de entendimento do Partido Socialista (PS) com outros partidos para formar um governo são destacados hoje em alguns jornais britânicos.

Nas páginas da edição impressa, o britânico The Times admite que o PAN (Pessoas -- Animais -- Natureza) pode tornar-se no fiel da balança se o governo rejeitar as condições impostas pelo Bloco de Esquerda e do PCP de aumentar o salário mínimo para 800 euros.

"As sondagens durante a campanha sugeriam que os socialistas estavam a encaminhar-se para uma maioria. No entanto, o partido foi afetado por escândalos incluindo uma polémica sobre nepotismo e o alegado envolvimento de um antigo ministro da Defesa no encobrimento de informação" no caso Tancos, refere o jornal.

Também o Guardian aponta, na sua edição eletrónica, para a importância do PAN, que poderá apoiar o governo socialista se este incluir algumas promessas ambientalistas.

Porém, um analista disse ao diário britânico que o resultado mais provável das negociações para um acordo parlamentar que começam hoje é a continuação da 'geringonça'.

Também a BBC dá destaque ao facto de o PS não ter atingido a maioria absoluta, realçando que primeiro-ministro, António Costa, entendeu como um sinal da vontade dos eleitores de que o seu partido mantenha o pacto com o Bloco de Esquerda (BE) e a CDU.

Porém, acrescenta, "enquanto que a extrema esquerda pede mais investimentos em serviços públicos, espera-se que Costa renove o seu compromisso de cumprir as regras orçamentárias da zona do euro".

Nas eleições realizadas no domingo em Portugal, numa altura em que faltam apenas contar os votos dos círculos da Europa e de Fora da Europa, o PS registava 36,7% dos votos (106 deputados eleitos), o PSD 27,9% (77), o BE 9,7% (19), o PCP/PEV 6,5% (12), o CDS/PP 4,3% (5), o PAN 3,3% (4).

O Chega, Iniciativa Liberal e Livre garantiam um deputado, cada, na próxima legislatura, com, respetivamente, 1,3%, 1,3% e 1,1% dos votos.

BM // SB

Lusa/fim

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