Limpeza da marginal de Moledo em curso antes de reconstrução do paredão
Porto Canal / Agências
Caminha, 04 mar (Lusa) - A Câmara de Caminha iniciou hoje as operações de limpeza na marginal de Moledo, mas só nos próximos dias definirá a intervenção de reconstrução do paredão, cujo muro foi derrubado pelo mar em mais de 50 metros.
De acordo com o presidente da autarquia, Miguel Alves, o que resta do paredão de proteção da marginal "aguentou bem" durante a última madrugada e só a partir de quarta-feira, em função das condições do mar, é que será definida uma intervenção no local.
Uma vaga com vários metros atingiu o paredão de Moledo cerca das 15:30 de segunda-feira, derrubando o muro de proteção, com várias pedras de mais de 200 quilos a serem literalmente arrancadas, obrigando populares que ali se encontravam a fugirem do local.
A zona encontra-se vedada à circulação automóvel e pedonal, decorrendo hoje operações de limpeza, face à areia e detritos que foram arrastados do mar nas últimas horas.
O autarca de Caminha diz que o concelho está a viver uma situação "inacreditável" de contínuo avanço do mar, depois de a agitação marítima ter também colocando ainda em risco um bar de praia em Moledo.
"Estamos a viver uma situação inacreditável de meses muito difíceis para todos. Estamos todos boquiabertos com o que se está a passar", afirmou segunda-feira à Lusa Miguel Alves.
No caso do paredão de Moledo, com cerca de 60 anos, foi a segunda vez no espaço de um mês que o mar derrubou aquele muro de proteção, chegando mesmo ao parque de estacionamento e próximo dos bares ali existentes.
"Nunca se viu uma coisa destas, estamos todos muito emocionados com esta situação", desabafou o autarca de Caminha.
Na mesma zona, o avanço do mar continua a ameaçar um bar de praia, que voltou a ser fustigado durante a madrugada, encontrando-se, segundo o presidente da Câmara, em "risco de ruína".
No entanto, explicou Miguel Alves, o concessionário do espaço vai começar hoje a "escorar" o bar "com estacas", tendo a Câmara disponibilizado apoio a este processo, se necessário.
Ainda em Caminha, a duna dos Caldeirões, na freguesia de Vila Praia de Âncora - parcialmente destruída pelo mar em fevereiro -, voltou a sofrer com as marés das últimas horas. A abertura na duna já chega a cerca de 200 metros de cordão, reforçando a nova foz que o rio Âncora ali encontrou.
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