Situação do GPIAA é grave, irresponsável e preocupante - antigos investigadores

| País
Porto Canal / Agências

Lisboa, 01 mar (Lusa) - Três antigos investigadores do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), que já tem diretor, mas que continua sem um único investigador há sete meses, consideram a situação "grave, irresponsável e preocupante".

O organismo tutelado pelo Ministério da Economia tem cerca de 40 processos de acidentes/incidentes, alguns ainda de 2010, acumulados e a aguardar a nomeação de especialistas. Em resposta escrita enviada à agência Lusa o Ministério da Economia espera, no prazo de 30 dias, iniciar o processo de recrutamento de investigadores.

"A situação do GPIAA é catastrófica, preocupante, ridícula e imprudente. Como não há investigação e, como a prevenção decorre dos resultados das investigações, das conclusões e das recomendações que se extraem dos relatórios finais, também não há prevenção", sublinha Artur Álvaro Pereira, um dos primeiros investigadores a ingressar no GPIAA.

O também ex-piloto da TAP, hoje com 68 anos, alerta ainda para a gravidade do momento vivido naquele organismo público, o qual "não concorre para o reforço da segurança na aviação civil".

António Barros, outro ex-investigador, diz à Lusa que olhar para o GPIAA atualmente "é como olhar para um hospital sem médicos e sem enfermeiros".

O antigo especialista classifica a situação de "total irresponsabilidade e incompetência do Estado português para resolver esta questão que se arrasta, pelo menos, desde 2011".

Entre 2010 e 2011 a entidade responsável pela investigação de acidentes aéreos em Portugal ficou sem três dos quatro investigadores que tinha ao serviço.

Após a saída de 75% dos seus quadros, o GPIAA ficou apenas com um único especialista, que desempenhou funções entre janeiro de 2012 e julho de 2013, mês em que António Alves, ex-piloto da aviação civil e reformado, completou 70 anos e, legalmente, ficou impedido de exercer funções no Estado a partir dessa idade.

Perante a falta de recursos humanos, o GPIAA deixou de fazer a prevenção de acidentes, e as investigações que estavam em curso até à saída do último investigador estão todas suspensas.

"Lamento profundamente que se tenha chegado a este estado de coisas. Portugal está sem qualquer capacidade de investigar acidentes/incidentes com aeronaves civis. A atual situação é deveras preocupante e vai levar muito tempo a ser resolvida. Nas atuais circunstâncias não há investigadores disponíveis no mercado de trabalho porque o Estado não tem capacidade para competir com a indústria aeronáutica", frisa Fernando Lourenço, outro antigo investigador do GPIAA.

Contudo, o especialista aponta um caminho para resolver o problema.

"A solução de recrutar investigadores reformados, com a reconhecida experiência, é viável se o Estado aceitar a acumulação de vencimentos com a reforma. Trata-se de uma situação excecional que requer medidas excecionais", defendeu Fernando Lourenço.

JYS // ZO

Lusa/Fim

+ notícias: País

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.

FC Porto em sub17 recebe e vence Padroense 2-1

A equipa de Sub-17 do FC Porto recebeu e bateu este domingo o Padroense (2-1), no Olival, em jogo da 11.ª jornada da 2.ª fase do Campeonato Nacional de Juniores B. Francisco Ribeiro (41m) e Pedro Vieira (62m) assinaram os golos dos Dragões, que mantêm a liderança da série Norte, com 28 pontos, mais três do que o Sporting de Braga.