Comerciantes da avenida da Boavista no Porto queixam-se de prejuízos devido às obras

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Porto Canal / Agências

Porto, 13 jun (Lusa) -- Alguns comerciantes do troço nascente da Avenida da Boavista, no Porto, manifestaram-se hoje "muito preocupados" com os prejuízos que as obras de requalificação a decorrer desde quarta-feira naquela via lhes possa causar.

"A Câmara Municipal do Porto ou alguém devia indemnizar os comerciantes por todo este transtorno. Ainda há poucos anos aqui fizeram obras por causa da Casa da Música e já vão voltar a mexer", afirmou à Lusa Afonso Fonseca, proprietário da Casa da Raviera, ali instalada há 68 anos.

O comerciante considera que "estão a gastar dinheiro mal gasto" por ser "a terceira vez que vão mexer na avenida. Nunca é definitivo".

"Isto já está péssimo, agora vai agravar-se muito mais. Dizem que as obras terminam em novembro, mas nós sabemos que os prazos neste país nunca são cumpridos", lamentou o comerciante, admitindo, contudo, que não conhece o projeto de requalificação da Avenida da Boavista.

Afonso Fonseca referiu ainda que nas últimas obras ali realizadas teve "um prejuízo enorme".

"Os clientes desviam-se e nunca passam nesta zona. Esta parte da avenida vai ficar deserta", frisou.

Também Carlos Magalhães, dono da Drogaria Avenida, considerou que "estas obras não eram necessárias" porque "vão estragar uma coisa que está feita e está bem".

"Só nos traz prejuízo. As obras só começaram ontem e nós já notamos uma diminuição de clientes", afirmou, referindo também os prejuízos sofridos por ocasião da última intervenção naquela zona da avenida.

Opinião contrária manifestou Manuel Viseu que em declarações à Lusa considerou que se trata de "uma grande melhoria para a cidade".

Referindo que conhece o projeto de requalificação daquela via "pelos jornais", Manuel Viseu disse acreditar que a avenida ficará "extraordinária" se ficar como a zona poente, onde as obra já foram concluídas.

Manuel Viseu disse compreender a preocupação dos comerciantes, tendo mesmo sugerido aos donos das lojas que peçam contrapartidas à Câmara, por exemplo, isenção do IMI.

Moradora há 47 anos num edifício em frente à Casa da Música, Delfina Pinho disse não saber o tipo de obras programadas para aquela zona, mas confessou que lhe agrada a ideia de ter "lindos vasos de flores" à porta.

"Se fizerem o mesmo tipo de obras que fizeram lá em baixo (troço poente), acho que vai ficar bonito", acrescentou.

Apesar de totalmente encerrada ao trânsito entre a Rotunda da Boavista e o cruzamento com a rua de Agramonte, a circulação rodoviária fluía hoje com normalidade naquela zona da cidade, com o desvio dos automóveis para ruas alternativas.

O troço nascente da avenida da Boavista, a maior via urbana do Porto, está desde quarta-feira encerrada para requalificação, com obras de instalação de infraestruturas que vão condicionar o trânsito e o estacionamento até 09 de novembro.

A informação avançada recentemente à Lusa pelo Departamento Municipal de Gestão da Via Pública da Câmara do Porto explica que a empreitada em curso obriga ao "estreitamento da via de circulação [automóvel] dos dois lados da avenida", estando neste momento a realizar-se junto ao cruzamento com a rua de Agramonte.

A obra pretende "deslocalizar as infraestruturas existentes das diferentes operadoras de telecomunicações para novos alinhamentos", no âmbito de trabalhos a realizar previamente à requalificação daquele segmento da maior artéria urbana da cidade.

Para o efeito, vão ser abertas e fechadas valas "para a instalação de tubagens", após o que será reposto provisoriamente o pavimento e construídas as "caixas de visita, de acordo com os projetos fornecidos pelas diferentes operadoras", acrescenta o Departamento Municipal de Gestão da Via Pública.

Duas ciclovias instaladas junto aos passeios, uma em cada um dos sentidos da avenida, e uma saída para o parque de estacionamento da Casa da Música no meio da via são duas das mudanças previstas pela Câmara para a requalificação a realizar entre a rotunda da Boavista e Bessa Leite.

PM (ACG).

Lusa/fim

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