Marques Guedes diz que 11.ª avaliação "está a correr bem" mas não adianta quando termina
Porto Canal
O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares afirmou hoje que "está confiante" de que a 11.ª avaliação regular ao resgate português está "a correr bem", mas não adianta qual a data prevista para a conclusão desta missão.
"Estou confiante de que está a correr bem, mas relativamente a pormenores mantemos o princípio que adotámos desde o início de não nos pronunciarmos sobre os resultados dos trabalhos até à sua conclusão", disse Marques Guedes, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros de hoje, em Lisboa, reiterando que o Governo está "bastante otimista".
No entanto, o governante disse que "não há nenhuma data marcada" para a saída da 'troika", composta pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu. "Com franqueza, não lhe sei dizer se será amanhã ou para a semana", rematou.
Os membros da 'troika' chegaram a Lisboa na semana passada para realizarem a 11.ª avaliação regular ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), a penúltima do atual resgate financeiro do país.
Na conferência de imprensa, Marques Guedes foi também interrogado sobre a operação de recompra de dívida realizada hoje e considerou que "os juros ficaram abaixo dos 5%, o que é bastante positivo".
O IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa, realizou hoje uma operação de recompra de obrigações do Tesouro, que venciam em outubro deste ano e em outubro de 2015, tendo amortizado no total 1,32 mil milhões de euros.
Salvaguardando que ainda não tem toda a informação sobre a operação, Marques Guedes referiu que "a razão essencial que levou o país à beira da bancarrota em 2011 foi a incapacidade de se refinanciar nos mercados internacionais".
Para o governante, "esta situação, neste momento, está claramente afastada", o que disse ser "um sinal de que os sacrifícios dos últimos três anos estão a dar os seus resultados".
Em relação à implicação destas operações realizadas pelo IGCP ao longo das últimas semanas na forma de saída do resgate, Marques Guedes reiterou a mensagem que o executivo tem vindo a afirmar: "O Governo a seu tempo tomará uma decisão definitiva" sobre se recorre a um programa cautelar ou opta por uma "saída limpa".
O Conselho de Ministros de hoje aprovou também o diploma de execução orçamental para 2014, que estabelece as normas que presidem à execução do Orçamento do Estado para este ano.
Segundo Marques Guedes, "não há nenhuma alteração qualitativa de monta" no diploma da execução orçamental deste ano que, "no essencial, reproduz o diploma de 2013".
O comunicado distribuído aos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros indica que, nesta matéria, foram "reforçados os mecanismos de controlo rigoroso imprescindíveis à política de consolidação orçamental (...) designadamente através da adoção de medidas de criterioso controlo da despesa pública, sem prejuízo de ser concedida uma maior flexibilidade aos serviços e organismos da administração pública na respetiva gestão orçamental".