Estaleiros: Grupo fundado pelos trabalhadores tenta sobreviver ao fim da empresa

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Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 27 fev (Lusa) - A atividade desenvolvida há quase meio século pelo grupo criado pelos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) está em risco face ao encerramento da empresa pública e possível perda da sede da instituição.

A situação foi confirmada hoje à Lusa pelo presidente da direção do Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, fundado a 09 de fevereiro de 1967 e que hoje reúne cerca de mil sócios, sobretudo atuais e antigos funcionários da empresa.

"Logo à partida a sobrevivência da nossa coletividade passa por aí, por manter a sede social. Sem ela não poderemos fazer mais nada ou manter as atividades que hoje realizamos, daí a nossa apreensão", admitiu Manuel Ramos.

Há 47 anos que aquele grupo, fundado e sempre dinamizado pelos trabalhadores dos ENVC, ocupa um edifício no centro da cidade de Viana do Castelo, disponibilizando uma sala para convívio social, espaço para jogos de mesa, uma biblioteca e uma sala de leitura.

Algumas das valências, por exemplo um auditório para projeção de cinema, são utilizadas pela comunidade local, mas o fecho dos ENVC, no âmbito da subconcessão dos terrenos e infraestruturas ao grupo Martifer, ameaça a continuidade da associação.

Fonte da empresa contactada pela Lusa referiu tratar-se de um dos vários assuntos relativos ao património histórico e cultural dos estaleiros ainda a definir, eventualmente com a colaboração do município.

"Há três anos que deixamos de ter um apoio direto da empresa, à exceção da renda da sede social, que continua a ser paga pelos estaleiros. Para já, isso continua a ser feito, tal como a administração nos garantiu, mas quando acabar teremos de ser nós, com recursos próprios, a suportar", desabafou, por seu turno, Manuel Ramos.

Pela sede social do grupo passam, diariamente, várias dezenas de sócios - além de atuais e antigos trabalhadores dos ENVC também os denominados "sócios auxiliares", considerados "amigos" da instituição -, e ali é organizada a participação em várias competições, incluindo desportivas, ou programados eventos culturais.

"Sem falarmos das decisões políticas, a nossa grande esperança é manter a sede para perpetuar aquilo que foram - e ainda são - os ENVC. A nossa sede é, e pode continuar a ser, um ponto de encontro, uma referência da empresa, fomentando atividades sociais e culturais", apontou.

O Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo surgiu da vontade dos operários de ocuparem os tempos livres e, ao longo dos anos, chegou a formar equipas de atletismo ou de futebol, além de ainda hoje editar anualmente uma revista sobre a atividade da empresa.

Para tentar manter a sede do grupo aberta, onde pretende instalar um gabinete de apoio aos trabalhadores que estão a sair da empresa face à sua liquidação, a direção procura definir novas formas de rendimento e pretende pedir o apoio da Câmara.

"Vemos o futuro com alguma preocupação mas ainda acreditamos que vamos dar a volta e sobreviver, tentando arranjar novas formas de dinamizar a coletividade. Nunca como hoje sentimos ser tão importante continuar de portas abertas, como uma referência da empresa", assume Manuel Ramos.

PYJ // JAP

Lusa/fim

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