Acções na costa alertam para necessidade de metas mais ambiciosas no clima
Porto Canal / Agências
Lisboa, 26 fev (Lusa) - Cinco pontos da costa portuguesa foram escolhidos pela Quercus para ações de alerta para a subida do mar devido às alterações climáticas, iniciativa integrada num projeto europeu que quer metas mais ambiciosas na área do clima.
Em março, a Europa vai analisar a definição de metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa, a aposta em termos de energias renováveis e de eficiência energética, para 2030.
"Queremos que essas metas sejam extremamente ambiciosas e o pacote que está para análise dos ministros e chefes de Estado é muito pouco ambicioso", disse hoje à agência Lusa Francisco Ferreira, da Quercus.
A associação ambientalista defende "uma redução que vá até 55% das emissões de gases com efeito de estufa entre 1990 e 2030, cerca de 40% de aposta nas energias renováveis em 2030 e metas para a eficiência energética da mesma ordem", como realçou Francisco Ferreira.
No âmbito da Semana de Ação pelo Clima, que decorre até sábado, as organizações não governamentais reunidas da Rede Europeia de Ação Climática têm iniciativas por toda a Europa para "exigir aos decisores políticos europeus que tomem a tempo as decisões certas" para parar o aumento das emissões dos gases com efeito de estufa.
Cinco pontos da costa portuguesa foram escolhidos pela Quercus para ações de alerta para a subida do mar devido às alterações climáticas.
Em Portugal, no início da manhã de hoje, a Quercus vai fazer "soar o alarme" em Lisboa (no Cais das Colunas, no Terreiro do Paço), Porto (na Foz), Ílhavo (Praia da Barra), Leiria (Praia do Pedrogão) e Costa da Caparica.
Um dos principais impactes das alterações climáticas está relacionado com a subida do nível do mar, que, à escala mundial, pode atingir cerca de um metro no ano 2100, segundo uma informação da associação ambientalista.
"A Europa vai ter de tomar decisões fundamentais em relação às alterações climáticas e para resolvermos um problema com o qual já estamos a lidar e com o qual Portugal já tem vindo a confrontar-se nos últimos meses, com dois eventos meteorológicos extremos que causaram ondulação marítima fortíssima com consequências grandes para a nossa costa", referiu o especialista da Quercus.
"Temos de tomar decisões fundamentais e a Europa, que tem sido muitas vezes líder na política climática, tem agora uma oportunidade que não pode perder" pois só assim conseguirá convencer outros parceiros mundiais de modo a obter um acordo climático global, em 2015, acrescentou.
Para Francisco Ferreira, "Portugal é dos países com uma visão mais ambiciosa, [mas] que ainda poderá ser melhorada".
Os primeiros ministros e chefes de Estado europeus vão reunir-se em março para decidir o futuro das políticas de energia e clima para os próximos 15 anos.
A Comissão Europeia apresentou em janeiro o novo quadro de política climática e energética, que prevê a diminuição das emissões de gases com efeito de estufa em 40% até 2030 e o aumento para 27% da contribuição das energias renováveis no total do consumo energético.
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