"Nova" reforma do Estado do Governo é máscara para mais austeridade - PS

"Nova" reforma do Estado do Governo é máscara para mais austeridade - PS
| Política
Porto Canal

O líder parlamentar do PS sustentou hoje que a "nova" proposta formulada pelo Governo para uma reforma do Estado é outra vez "uma máscara" para mais austeridade, avisando, desde já, que não contará com o suporte dos socialistas.

Alberto Martins falava na sessão de abertura das Jornadas Parlamentares do PS, na Nazaré, que serão terça-feira encerradas pelo secretário-geral deste partido, António José Seguro.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS traçou um quadro negro sobre os resultados de quase três anos de Governo e demarcou-se da proposta do executivo para um acordo em torno de uma reforma do Estado, alegando que "não passa de mais uma máscara para impor mais austeridade".

"Não contem connosco para isso. Não contem com o PS para mais austeridade", disse, recebendo palmas da plateia, numa intervenção com cerca de 30 minutos que se seguiu a discursos proferidos pelo líder da Federação de Leiria do PS, João Paulo Pedrosa, e pelo presidente da Câmara da Nazaré, Walter Chicharro.

Na sua intervenção, que antecedeu a do ensaísta Eduardo Lourenço, Alberto Martins citou dados sobre a evolução "negativa" da economia portuguesa referentes à dívida (mais 30 mil milhões de euros), à recessão (queda do Produto Interno Bruto acumulada de seis por cento) e quebra do investimento estrangeiro (cerca de 40 por cento), com consequências na emigração e no aumento do desemprego.

"É um diagnóstico perturbador, mas é um diagnóstico real", declarou o presidente do Grupo Parlamentar do PS, antes de se referir indiretamente à ideia do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no sentido de haver um amplo entendimento político em Portugal, designadamente em torno da sustentabilidade do Estado social a médio e longo prazo.

"O Governo ressuscita a ideia de reforma do Estado, mas agora em versão de fim de legislatura. Só que essa ideia mais não é do que uma nova máscara de austeridade para continuar a impor aos portugueses", afirmou.

Alberto Martins acusou depois o Governo de viver um clima "eufórico de campanha eleitoral, fazendo de conta que a ligeira retoma económica não é conseguida através de uma tímida recuperação da procura interna" - recuperação que disse dever-se ao "travão anti-austeridade" resultante das decisões do Tribunal Constitucional.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS citou ainda o mais recente relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) para defender que o ajustamento externo só tem sido conseguido devido à compressão da importação de bens não combustíveis e ao crescimento das exportações de combustíveis, fatores que caracterizou como não sustentáveis.

Neste mesmo contexto, o líder da bancada socialista contestou igualmente alegados sucessos do Estado Português em recentes emissões de dívida nos mercados internacionais.

"O que o Governo apresenta como um caso de sucesso representa na verdade um sério aviso daquilo que o futuro nos reserva. Num país com uma economia que não cresce, que regista uma inflação perto do zero, ir ao mercado e emitir dívida a mais de cinco por cento só pode agravar seriamente a sustentabilidade futura da dívida pública nacional", acrescentou.

Nesse sentido, Alberto Martins vincou que o PS mantém a intenção de "renegociar não só a trajetória das metas e conteúdo do ajustamento, mas também a estratégia para o país".

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