Bruxelas diz que tensão entre França e Itália é assunto bilateral

| Política
Porto Canal com Lusa

Bruxelas, 08 fev (Lusa) -- A Comissão Europeia evitou hoje pronunciar-se sobre a tensão entre França e Itália, considerando que a crise diplomática entre os dois Estados-membros da União Europeia é "um assunto bilateral".

"É um assunto bilateral entre a França e a Itália", limitou-se a declarar o porta-voz do executivo comunitário Alexander Winterstein, na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas.

Insistentemente questionado pelos jornalistas sobre a crise diplomática entre Paris e Roma, o porta-voz da Comissão não se desviou em nenhum momento da sua declaração inicial.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês anunciou na quinta-feira ter chamado o seu embaixador em Itália para consultas após uma série de "declarações ultrajantes" e "ataques infundados" e sem "precedente" de responsáveis italianos.

Na terça-feira, o vice-presidente do governo italiano e líder do M5S, Luigi Di Maio, reuniu-se em Paris com representantes dos "coletes amarelos", que estão mobilizados há várias semanas contra o Presidente francês, Emmanuel Macron.

O encontro segue-se a uma série de declarações fortes contra o Governo francês, quer de Di Maio, quer do ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, que já disse esperar que o povo francês se liberte em breve de um "muito mau Presidente".

Na resposta à decisão de Paris de convocar o seu embaixador para consultas, Salvini disse que o executivo italiano está pronto para encontrar-se "com o presidente Macron e o governo francês".

"Não nos queremos zangar com ninguém, as polémicas não nos interessam, somos pessoas concretas que defendem os interesses dos italianos", indicou num comunicado o líder da Liga (extrema-direita), um dos partidos da coligação no governo em Itália juntamente com o Movimento 5 Estrelas (M5S).

Naquela nota, Salvini aponta "três questões fundamentais" a resolver com Paris no que se refere ao seu ministério.

Primeiro, o ministro italiano quer que a França deixe de "mandar para trás na fronteira" migrantes que tentam entrar a partir de Itália, "mais de 60.000 desde 2017, incluindo crianças e mulheres abandonadas nas matas".

Pede ainda o regresso a Itália de "dezena e meia" de "terroristas italianos", antigos militantes da extrema-esquerda "que foram condenados, mas levam uma boa vida em França".

Por último, Salvini pede que a França deixe de prejudicar os trabalhadores que atravessam diariamente a fronteira com França e que são "literalmente vítimas de assédio todos os dias na fronteira francesa com controlos que duram horas".

AMG (PAL) // FPA

Lusa/fim

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