Ministério Público reitera que Paulo Gonçalves agiu com conhecimento do Benfica

Ministério Público reitera que Paulo Gonçalves agiu com conhecimento do Benfica
| Desporto
Porto Canal com Lusa

O antigo assessor jurídico do Benfica Paulo Gonçalves agiu com o conhecimento da SAD 'encarnada', que deve ir a julgamento no processo 'e-toupeira', defendeu o Ministério Público (MP) no recurso à decisão instrutória.

No recurso para o tribunal da relação de Lisboa, a que aa gência Lusa teve hoje acesso, o procurador do MP Valter Alves contestou a não pronúncia da SAD do Benfica por nenhum dos 30 crimes pelos quais estava acusada no processo pela juíza de instrução criminal Ana Peres, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa.

"A decisão é contraditória quando afirma que 'no caso concreto os crimes que estão imputados ao arguido Paulo Gonçalves nada têm a ver com o prosseguimento do interesse e objeto de ente coletivo' e mais à frente", alegou o procurador, apontando que a SAD 'encarnada' devia ser responsabilizada por violar "o dever de vigilância", por não ser necessário ser feito por pessoa singular.

Nesse sentido, e mantendo a argumentação apresentada na acusação, Valter Alves assegurou que "a sociedade arguida não diligenciou para que, no interesse da sociedade, utilizando os seus bens, os seus colaboradores e estrutura, não fossem praticados ilícitos por parte de colaboradores, neste caso, colaborador/subordinado, especial e imediatamente ligado à administração e ao seu presidente".

De acordo com a acusação, Paulo Gonçalves, assessor da administração da Benfica SAD, e no interesse da sociedade, solicitou aos funcionários judiciais Júlio Loureiro e José Silva que lhe transmitissem informações sobre inquéritos, a troco de bilhetes, convites e 'merchandising'.

"Paulo Gonçalves, ao atuar como atuou, fê-lo no âmbito (por causa) do objeto da sociedade -- empresa de futebol, visando simultaneamente lucros e resultados desportivos", frisou o procurador.

O representante do MP assume ainda a discordância com "a exigência de dolo específico para o crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem, quando tal não está previsto na lei".

"Relativamente ao dolo, veja-se a incongruência: o dolo de Paulo Gonçalves está suficientemente descrito e há pronúncia, o dolo da pessoa coletiva (que consta de igual forma) não está, segundo a respetiva decisão de não pronúncia", prosseguiu.

Neste recurso à decisão anunciada em 21 de dezembro de 2018, o MP defendeu a pronúncia da SAD 'encarnada' por um crime de corrupção ativa, outro de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 28 crimes de falsidade informática.

É também contestada a não pronúncia dos funcionários judiciais Júlio Loureiro, pelos crimes de corrupção passiva e de recebimento indevido de vantagem, e José Silva, por violação de segredo por funcionário, favorecimento pessoal, falsidade informática e acesso ilegítimo.

Na leitura da decisão instrutória, a juíza Ana Peres realçou que, à luz da lei, "os factos atribuídos a Paulo Gonçalves não podiam ser imputados diretamente à SAD do Benfica", explicando que o responsável "não fazia parte dos órgãos sociais da pessoa coletiva, nem representava a pessoa coletiva", sendo, apenas, um "subalterno", um funcionário da SAD 'encarnada'.

Logo, "não é possível imputar a responsabilidade" à SAD do clube pelos atos cometidos pelo antigo assessor jurídico, justificou a juíza de instrução criminal.

+ notícias: Desporto

FC Porto: Os órgãos eleitos para o quadriénio 2024-2028

27 de abril de 2024. 26.876 sócios estiveram no estádio do Dragão para eleger os órgãos sociais do clube para o quadriénio 2024-2028 e fazer deste o ato eleitoral mais participado de sempre.

FC Porto (Voleibol): Esgotados bilhetes para o jogo com o PV Colégio Efanor

Já não há bilhetes para o duelo entre FC Porto e Colégio Efanor, o quinto da final do play-off da Liga de voleibol (quarta-feira, 21h00, Porto Canal/FC Porto TV).

André Villas-Boas: “Cabe-me responder às exigências dos portistas”

André Villas-Boas foi um dos 45.230 espetadores que preencheram as bancadas do Estádio do Dragão este domingo, dia de jogo entre FC Porto e Sporting a contar para a jornada 31 do campeonato. Antes do clássico que terminou empatado a dois, em declarações aos meios do clube, o recém-eleito presidente portista descreveu a votação com “números absolutamente históricos” como “um grande sinal de força e vitalidade do FC Porto”, mostrou-se focado em “responder às exigências” inerentes ao cargo e lembrou: “Tem que haver um sentido comum e um bem comum, que é o bem-comum do FC Porto”.