Porto, 12 fev (Lusa) -- As empresas do setor do calçado pagavam, em média, a 78 dias durante o ano de 2012, segundo um estudo apresentado hoje pela COSEC, que revela que metade das companhias mostra uma tensão de tesouraria nula.

De acordo com o estudo feito pela COSEC em parceria com a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) e referente aos anos de 2010 a 2012, "o calçado apresenta prazos de recebimento inferiores à média nacional e bastante superiores no caso dos prazos de pagamento".

Desta forma, o setor tinha um prazo médio de pagamento (PMP) de 78 dias em 2012, acima da média nacional de 66 dias, mas, em termos de prazos médios de recebimento (PMR), o setor colocava-se numa média também de 78 dias, abaixo dos 84 a nível do país.

"O sector do calçado compara bem com os restantes setores em Portugal. Apesar dos prazos de pagamento, em 2012, serem de 78 dias e 18% acima da média nacional, o equilíbrio entre o PMP e PMR no sector de calçado reflete, em média, uma tensão de tesouraria nula", referem os autores do documento.

Mais de metade das empresas estudadas têm uma "tensão de tesouraria inferior a zero", ou seja, recebem mais rápido do que pagam, e "43% das empresas do sector têm um ciclo de tesouraria superior a 60 dias e indiciam necessidades de fundo de maneio mais elevadas".

"As exportações são um fator dinamizador na gestão de tesouraria das empresas do sector do calçado, favorecendo a competitividade e eficácia na gestão de tesouraria", realçam os autores.

As exportações da indústria portuguesa de calçado aumentaram 8% em 2013 e ultrapassaram, pela primeira vez, o máximo histórico de 1.700 milhões de euros, anunciou, na terça-feira, a associação setorial.

Em comunicado, a APICCAPS destacou que, desde 2010, o setor já cresceu 28%, sendo hoje o preço médio do calçado português o segundo mais alto do mundo, atingindo os 23,45 euros.

TDI (PD)// ATR

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