Portugal pós-troika: Cautelar ou não?
Porto Canal
Com a normalização dos mercados existe a possibilidade de Portugal terminar o programa de assistência no mês de Maio e de regressar inteiramente aos mercados, sem ter que negociar uma rede de protecção europeia para precaver qualquer eventualidade adversa.
Ambas hipóteses, linha cautelar de crédito ou uma saída limpa, estarão em aberto até Abril onde se fará uma ponderação final de todos os prós e contras. O presidente da República, o governador do Banco de Portugal e da Comissão Europeia têm demonstrado uma preferência pela linha de crédito cautelar, onde o comissário Olli Rehn chegou mesmo afirmar que é “melhor prevenir do que remediar”.
Mas qual destas opções será mais seguro e vantajoso para o país?
Um programa cautelar centra-se numa linha de crédito que Portugal pode activar junto do Mecanismo Europeu de Estabilidade, onde será possivelmente desencadeado uma segunda linha de apoio do Banco Central Europeu no caso do instabilidade dos mercados. Tendo como contrapartida, o deslize no Orçamento, a agitação nos bancos em ano de “exame” do Banco Central Europeu, a retirada dos estímulos da Fed, entre outros.
A escolha para uma saída limpa pode torna-se mais apelativa devido a todos os inconvenientes da cautelar e especialmente quando os partidos do Governo podem anunciar uma reconquista da confiança dos seus investidores. Com esta saída Portugal ficará com uma imagem mais limpa e livrar-se finalmente da sombra da Grécia, dando uma maior ilusão de autonomia e austeridade. Outro factor que suporta esta hipótese é a situação da Irlanda, que optou por uma saída limpa mesmo quando o mercado encontrava-se mais inclinado por um cautelar acabando por aceitar bem a escolha.