BE exige intervenção do Parlamento na situação dos trabalhadores da Soares da Costa

| Política
Porto Canal com Lusa

Vila Nova de Gaia, Porto, 26 out (Lusa) - A líder do Bloco de Esquerda considerou hoje "inaceitável" a situação dos cerca de 500 trabalhadores da Soares da Costa que permanecem em inatividade a aguardar a resolução do Processo Especial de Revitalização e exigiu a intervenção do Parlamento.

Catarina Martins, que esta tarde reuniu com algumas dezenas de trabalhadores da Soares da Costa junto ao Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, recordou que estas pessoas "não podem recorrer ao fundo de garantia salarial, não podem recorrer ao subsídio de desemprego e não podem procurar outro trabalho", algo que, disse, "é insustentável".

"O PER [Processo Especial de Revitalização] foi aprovado pelo tribunal e teve acompanhamento do Governo. Foi apresentada uma garantia bancária para o pagamento dos salários que nunca se verificou e entretanto a empresa está a alienar património. É o momento tanto da Justiça como do Governo perguntarem à Soares da Costa como é que é possível não estarem a cumprir nada do que estava acordado", defendeu a líder dos bloquistas.

Catarina Martins apontou que já pediu a prensa no da Comissão de Trabalhadores, da administração da Soares da Costa, da comissão de acompanhamento do PER, da Autoridade para as Condições do Trabalho e também da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

"Mas não esperemos pelo Parlamento. Na segunda-feira há uma reunião entre a empresa e a DGERT. Este é o momento para encontrar soluções para estes trabalhadores que estão sem emprego e sem salários. É absolutamente vergonhoso. É um cenário que tem de ser pelo menos investigado", referiu a coordenadora do BE.

"Soares da Costa: Inatividade? É ilegal?" ou "Vergonha! Queremos justiça!", bem como "Paguem salários e indemnizações" e "Onde está o dinheiro dos leilões?" - eram algumas das frases que se podiam ler nas faixas e cartazes que os trabalhadores espalharam pelo passeio junto ao tribunal.

Sónia Martins, trabalhadora da Soares da Costa em situação de inatividade, lembrou que o PER da empresa tem mais de dois anos, lamentando que este instrumento não esteja, defendeu, "a servir para revitalizar a empresa, mas a servir para massacrar os trabalhadores".

"Centenas estão colocados em inatividade, ou seja dispensados de ir ao trabalho, mas deixaram de pagar os salários. Há trabalhadores numa situação deplorável num Estado de Direito que pensávamos que existia, mas verificamos que não existe porque confiamos na justiça e no PER, mas infelizmente estamos no ponto em que estamos", disse.

Os trabalhadores concentrados em Gaia relataram as diligências feitas junto de vários Ministérios, primeiro-ministro, Presidente da República e Parlamento Europeu.

"Temos tido poucas respostas. Ministério do Trabalho não deu resposta", disse Sónia Martins, falando em "situação é fraudulenta e criminosa".

Também José Martins, da Comissão de Trabalhadores, afirmou que foram feitas reuniões com os grupos parlamentares, entre outras, como a presença na Comissão Parlamentar do Trabalho e Segurança Social ou as denúncias "regulares" à DGERT.

"Já pedimos nova reunião ao novo ministro da Economia. Aguardamos resposta", referiu José Martins.

PYT // MSP

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