Empresa responsável por inquérito considerado racista pode ser multada

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 18 set (Lusa) -- A Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial já abriu um processo para averiguar o que se passou no caso da empresa que distribuiu inquéritos com questões alegadamente racistas, podendo ser multada até 8 mil euros.

Em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade explicou que foi alertada para o caso por duas pessoas ciganas, na noite de segunda-feira, e que, logo de imediato, tomou as "devidas providências para que a CICDR e o ACM [Alto-Comissariado para as Migrações] recolhessem mais informação no sentido de clarificar o que era o inquérito".

O caso surge hoje nas páginas do Jornal de Notícias, que revela que, em várias escolas de Lisboa e do Porto, foram entregues aos alunos e famílias inquéritos em que, entre outras perguntas, havia questões sobre as origens dos pais, nomeadamente se algum deles tinha origem "portuguesa, cigana, chinesa, africana, Europa de Leste, indiana, brasileira".

"Esta questão é inaceitável sobre vários pontos de vista. Sobre o ponto de vista metodológico porque apresenta uma tipologia inaceitável, absolutamente incorreta e desde logo porque viola a lei da proteção de dados e viola a lei da não discriminação", apontou a secretária de Estado.

Rosa Monteiro adiantou que, além do inquérito que está a correr na Direção-geral de Educação (DGE), também a CICDR tem um procedimento a correr para perceber o que correu mal, já que a comissão recebeu várias queixas sobre esta matéria.

"Há aqui um erro e tem de se apurar o que aconteceu", disse a responsável, acrescentando que, no caso de entidades coletivas, as coimas, neste tipo de casos, podem ir até aos 8 mil euros.

A empresa em causa, de acordo com o Jornal de Notícias, chama-se CLOO e trabalha na área da consultoria em economia comportamental, tendo o inquérito sido coordenado pela investigadora Diana Orghian.

A secretária de Estado sublinhou que a Direção-geral de Educação já mandou retirar o inquérito e apontou responsabilidades à empresa responsável pela sondagem, no sentido em que o inquérito tinha sido aprovado com a condição de ser retirada a pergunta sobre as origens dos pais, depois de parecer da Comissão Nacional para a Proteção de Dados nesse sentido.

"Este é um processo que está agora em averiguação na tutela da Educação e na DGE e, da nossa parte, é fundamental esta retirada imediata e sinalizar que este tipo de pergunta não é legal e muito menos nesta situação em que houve um parecer negativo", frisou.

SV // PMC

Lusa/Fim

+ notícias: País

Restaurantes têm dois meses para deixar de vender copos de plástico de uso único

Os estabelecimentos comerciais de bebidas e restaurantes de Lisboa vão dispor de 60 dias para começaram a aplicar as regras que proíbem a venda para fora de copos de plástico de utilização única, após o que arriscam ser multados.

PSP quer formar 1.100 polícias até 2025 para fronteiras aéreas

A PSP espera formar até 2025 cerca de 1.100 polícias para a segurança aeroportuária e controlo de fronteira, revela aquela polícia, avançando que metade dos 324 inspetores do ex-SEF ainda nos aeroportos vão passar para a PJ em outubro.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".