Bloco acusa Governo de criar novo imposto com aumento de descontos para ADSE
Porto Canal
O BE acusou hoje o Governo de criar um novo imposto com o aumento dos descontos para a ADSE, com o primeiro-ministro a refutar e a garantir que o objetivo é garantir o autofinanciamento desse sistema de saúde.
"Para que serve o novo imposto da ADSE?", questionou a coordenadora e deputada do Bloco Catarina Martins no parlamento, no debate quinzenal com a presença de Pedro Passos Coelho.
A bloquista, que definiu o aumento das contribuições da ADSE como "um imposto mais sobre o rendimento do trabalho" acusou o primeiro-ministro e o Governo, que "destrói postos de trabalho" e "condena o país à emigração", de ter um "profundo desrespeito por quem vive do seu trabalho".
"O Governo tem um profundo respeito pelos portugueses. E espero que isso não seja uma contrariedade para o BE", disse na resposta Pedro Passos Coelho.
O governante lembrou que no memorando de entendimento firmado com a 'troika' está previsto o autofinanciamento da ADSE "até 2016".
"Estamos com esta medida a antecipar o objetivo fixado de autofinanciamento. Isso não significa que exista qualquer imposto", disse o primeiro-ministro sobre o aumento de 2,5% para 3,5% dos descontos dos funcionários públicos para o seu sistema de saúde.
Como "qualquer outro seguro", a ADSE "deverá fazer as suas provisões para garantir esse autofinanciamento", lembrou Passos Coelho, até porque "é muito provável" que existam défices em anos futuros porque a ADSE tem um número de beneficiários "alargado que tem como em qualquer outro seguro necessidades acrescidas relativamente à despesa gerada com a saúde".
Catarina Martins, por seu turno, disse ao chefe do executivo PSD/CDS-PP que a ADSE "não é um seguro de saúde", antes um sistema de saúde criado para compensar "baixos salários da função pública".