"Pelo Joãozinho" lança abaixo-assinado por ala pediátrica no Hospital S. João
Porto Canal com Lusa
O movimento cívico informal "Pelo Joãozinho" lançou hoje um abaixo-assinado para proclamar que é "tempo de agir", romper o impasse e avançar de imediato com a construção da nova ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto.
Atualizado 07-09-2018 11:51
Na apresentação do documento, o porta-voz do movimento, Júlio Roldão, explicou que o que reclamam do Governo são as ações necessárias ao desbloqueamento do processo e ao imediato início das obras, em favor "do supremo e inadiável valor" que são as crianças, a saúde das crianças do Porto, da região e do país.
"Ninguém quererá que a nova ala pediátrica do Hospital São João, já dotada de financiamento, possa eternizar-se sem qualquer avanço. Os dez anos que leva de instalações precárias em contentores adaptados para três anos de vida são muito tempo", afirmou.
Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.
O projeto, denominado "Joãozinho", está orçado em cerca de 22 milhões de euros. O hospital tem cerca de 19 milhões de euros depositados numa conta, mas falta luz verde das Finanças para que os possa utilizar.
Em junho, o presidente do Centro Hospitalar afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas "continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico".
"Continua a faltar, como é público, as instalações do internamento pediátrico para o qual ainda não temos solução à vista", afirmou, na altura, António Oliveira e Silva, frisando, a este propósito, que no que ao centro hospitalar de São João diz respeito, "todas as informações pedidas foram fornecidas".
Júlio Roldão, jornalista, vincou que o abaixo-assinado vem "reforçar" as preocupações já assumidas pela Assembleia da República e pela vereação da Câmara Municipal do Porto.
O porta-voz explicou que a recolha de assinaturas decorre até dia 07 de outubro e visa recolher o apoio de cidadãos que retrate ao Governo de António Costa, à Assembleia da República e à Presidência da República a "justeza e urgência" desta obra.
Para quem queira contribuir para esta ação, o jornalista explicou que as pessoas podem recolher o documento na sede da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, no blogue pelojoazinho.blogsport.com, pedi-lo pelo e-mail pelojoaozinho@gmail.com, na Feira do Livro ou nas livrarias Académica e Unicepe.
Um dos subscritores deste abaixo-assinado presente na apresentação da iniciativa, o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, questionou se haverá alguém que poderá não se associar a este manifesto.
"Estou nesta causa há muitos anos, o FC Porto já organizou uma grande festa de recolha de fundos, por isso, porque é que alguém não se há de associar à revolta dos pais das crianças que são vítimas de doenças graves e que estão em tratamento em contentores há vários anos", afirmou.
O líder dos 'dragões´ perguntou como é que os governantes do país conseguem "dormir descansados e de consciência tranquila" sabendo que há crianças que dormem em contentores.
O abaixo-assinado conta já com as assinaturas do arquiteto Álvaro Siza Vieira, da cientista Maria de Sousa, do médico Manuel Sobrinho Simões, dos artistas e escritores Carlos Tê, João Bicker e Manuela Espírito Santo e do bastonário da Ordem dos Médicos.