Discurso sobre dívidas marca 100 dias da gestão PS em Gaia, PSD fala em "vazio de ideias"

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Porto Canal / Agências

Vila Nova de Gaia, 30 jan (Lusa) - O presidente socialista da Câmara de Gaia assinalou esta semana 100 dias à frente de uma autarquia que diz ter encontrado em "situação difícil, a nível financeiro", mas a oposição social-democrata considera que este discurso reflete "vazio de ideias".

"São 100 dias muito intensos e com muitas dificuldades, mas também o início de um trilho de esperança e de rigor na gestão do município para estarmos capacitados no próximo quadro comunitário de apoio", descreveu à Lusa o autarca Eduardo Vítor Rodrigues, considerando que isso é importante para ter "músculo financeiro" que permita "ir à luta".

"Herança pesada" é uma das expressões que marcam os 100 dias de mandato de Vítor Rodrigues, que diz ter encontrado em Gaia "um quadro financeiro muito difícil" que o levou, apesar de ter assumido os Pelouros da Ação Social e da Educação, a "passar mais horas a resolver questões burocráticas" relacionadas com processos judiciais em curso e renegociação de dívidas.

Vítor Rodrigues vincou que "a questão jurídica é muito complexa" em Gaia pois a sua não resolução pode significar uma "grande debilidade" para o município.

"Nestas semanas, conseguimos renegociar um conjunto de dívidas. Julgo que há aqui um conjunto de 10 milhões de euros [de receita] que já resultam deste esforço de diálogo com os nossos parceiros", disse.

O autarca de Gaia não quer ver a sua câmara "perder tempo" nos tribunais e quer apostar no "diálogo com as partes": "Não podemos fazer da litigância judicial o nosso instrumento", sublinhou.

Em causa estão processos como o dos terrenos da VL9 ou a indemnização devida à Cimpor, que vendeu os créditos a uma sociedade luxemburguesa, entre outros.

A par do âmbito financeiro e judicial, Vítor Rodrigues diz estar a dar "prioridade" à ação social e à educação.

"O Plano e Orçamento para 2014 centra-se muito no reforço destas duas vertentes com apoio direto às famílias, tendo em conta que são áreas que desembocam sempre no emprego", afirmou.

Seguindo esta linha, para Vítor Rodrigues era "imprescindível" que o primeiro dia de 2014 ficasse "marcado" pela concretização de um dos seus "eixos de campanha": redução do IMI, da Derrama e da fatura da água.

Mas sobre este tema o vereador da oposição social-democrata Firmino Pereira tem outro entendimento.

"O que se constata é que é insignificante e insípida a redução pois ronda, em média, os 30 cêntimos", considerou o vereador do PSD, em comentário aos 100 dias de mandato do executivo PS.

Para Firmino Pereira, o discurso sobre uma "eventual herança financeira pesada" é "vazio de ideias" e põe em causa o "desenvolvimento" do concelho.

"Gaia viveu nos últimos 16 anos, em que foi liderada pelo doutor Luís Filipe Menezes, uma época de grande desenvolvimento e de afirmação muito positiva (...). Nestes 100 dias de gestão socialista existe um enorme vazio de ideias", disse, à Lusa, Firmino Pereira.

O social-democrata considerou que o presidente da Câmara "vive agarrado a uma ideia de que a herança em termos financeiros não lhe permite ter ação".

"É evidente que o ciclo não será virado para as infraestruturas porque a esmagadora maioria delas estão criadas, mas é um ciclo virado para a área social", considerou.

O PSD lembra que Vítor Rodrigues "conviveu quatro anos com a anterior maioria na gestão da Câmara", pelo que estava a par do "esforço que foi feito nos últimos três anos, de rigor e contenção".

Vítor Rodrigues tomou posse a 21 de outubro de 2013 para suceder a Luís Filipe Menezes (PSD) que esteve à frente dos destinos de Gaia durante 16 anos.

Para garantir a maioria o PS estabeleceu um acordo de coligação com o movimento independente "Juntos por Gaia", lista encabeçada por José Guilherme Aguiar nas autárquicas de setembro.

PYT // JGJ

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