Energia: Política do Governo de Sócrates visou salvaguarda do interesse estratégico nacional - Pinho

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 jul (Lusa) -- O ex-ministro da Economia Manuel Pinho afirmou hoje no parlamento que "a política do Governo", que integrou liderado por José Sócrates, era a "salvaguarda do interesse estratégico nacional", referindo-se à privatização da EDP.

Em audição na Comissão da Economia, Inovação e Obras Públicas, Manuel Pinho remeteu esclarecimentos sobre "os casos empresariais" para a comissão de inquérito às rendas excessivas, realçando que se tem ouvido falar em "embelezar a noiva", mas que são temas sérios.

"A política do Governo foi a salvaguarda do interesse estratégico nacional", declarou.

O antigo governante referia-se à privatização da EDP, que o antigo ministro da Energia Mira Amaral, naquela comissão, explicou que implicou medidas para "embelezar a noiva", isto é, valorizar a empresa para depois a alienar a privados.

Hoje de manhã, o antigo ministro do governo de José Sócrates foi ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em Lisboa, tendo saído cerca de 45 minutos depois, tendo o advogado do ex-ministro da Economia Manuel Pinho, Ricardo Sá Fernandes, afirmado que o Ministério Público "deu sem efeito" a diligência marcada para hoje, no âmbito do caso EDP.

Com a abstenção do Bloco de Esquerda, o requerimento dos sociais-democratas para a audição parlamentar de hoje foi aprovado para que o antigo governante possa "esclarecer cabalmente" decisões tomadas enquanto esteve no governo, nomeadamente no setor energético, e o alegado relacionamento com o Grupo Espírito Santo (GES), segundo "suspeitas que têm vindo a público".

Em maio, em comunicado, o advogado de Manuel Pinho, Ricardo Sá Fernandes, revelou que o ex-ministro, que deixou de ser arguido no caso EDP, estaria disposto a prestar "todos os esclarecimentos" aos deputados, mas só depois de ser interrogado pelo Ministério Público.

Em 19 de abril, o jornal 'online' Observador noticiou as suspeitas de Manuel Pinho ter recebido, de uma empresa do GES, entre 2006 e 2012, cerca de um milhão de euros.

Os pagamentos, de acordo com o jornal, terão sido realizados a "uma nova sociedade 'offshore' descoberta a Manuel Pinho, chamada Tartaruga Foundation, com sede no Panamá, por parte da Espírito Santo (ES) Enterprises --- também ela uma empresa 'offshore' sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas e que costuma ser designada como o 'saco azul' do Grupo Espírito Santo".

JNM/JF (FC) // ATR

Lusa/fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.