Autoridades chinesas obrigam mesquitas a içar bandeiras do país

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Porto Canal com Lusa

Pequim, 21 mai (Lusa) - Todas as mesquitas na China deverão içar uma bandeira do país e "estudar a Constituição, os valores socialistas e a cultura tradicional" chinesa, segundo uma diretriz das autoridades islâmicas chinesas, ligadas ao Partido Comunista.

A normativa foi emitida este fim de semana pela Associação Islâmica da China, noticiou o jornal oficial Global Times.

Várias mesquitas na região de Ningxia (noroeste da China e a única onde a maioria da população é islâmica) começaram já a aplicar esta ordem.

Segundo especialistas citados pelo Global Times, a iniciativa visa "assimilar a religião na sociedade socialista".

A diretriz surge depois de a agência noticiosa Associated Press ter reportado a criação de centros de doutrinação política para muçulmanos, que obriga os detidos a comer carne de porco ou beber álcool.

Estes centros estão concentrados na região do Xinjiang, também no noroeste da China, palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, que causaram 156 mortos e mais de mil feridos.

Pequim decidiu, entretanto, banir ou controlar várias práticas muçulmanas, incluindo manter a barba longa e jejuar durante o mês do Ramadão, afirmando que são símbolos do "extremismo islâmico".

Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), as autoridades chinesas estão também a impor a famílias no noroeste do país que recebam funcionários públicos em suas casas.

Os funcionários estão encarregues de recolher e atualizar informação sobre as famílias, incluindo religião ou opiniões políticas, e reportar e "corrigir problemas" ou "situações inusuais".

Os funcionários fazem ainda doutrinação política, incluindo promover o "Pensamento de Xi Jinping [o Presidente chinês]" e advertir contra os perigos do "pan-islamismo", e outras ideologias que o Governo considera uma ameaça.

Estima-se que existam cerca de 23 milhões de muçulmanos na China, país mais populoso do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes.

JPI // EJ

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