Falha na gravação obriga à repetição da instrução de processo com Pereira Cristóvão

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 16 abr (Lusa) -- Uma falha no sistema de gravação do Tribunal de Sintra vai obrigar à repetição da nova fase instrutória do processo em que Paulo Pereira Cristóvão, ex-inspetor da PJ, e outros 17 arguidos estão acusados de assaltos violentos a residências.

O processo voltou à fase de instrução depois de o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Cascais ter anulado a primeira instrução - e, consequentemente, todo o julgamento que se tinha iniciado em junho de 2016 - na sequência de uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça.

O Supremo declarou a "incompetência material" do Tribunal Central de Instrução Criminal para a realização da fase de instrução, após recurso da defesa de Paulo Pereira Cristóvão.

O processo pertence ao TIC de Cascais, mas devido ao elevado número de arguidos esta nova instrução - fase facultativa em que um juiz decide se os arguidos vão a julgamento - decorreu no Tribunal de Sintra, também no distrito de Lisboa.

Esta fase teve início em 02 de março, com a audição de testemunhas e de arguidos que requereram a abertura de instrução, prosseguindo em 09 de março com o debate instrutório, no qual o Ministério Público pediu que todos os arguidos, acusados de assaltos violentos a residências, em Lisboa e Cascais, fossem novamente julgados pelos factos que constam da acusação.

A leitura da decisão instrutória estava agendada para as 14:00 de quinta-feira, em Cascais, mas ficou sem efeito, tendo a juíza ordenado a repetição de toda esta nova fase de instrução.

"Apesar do enorme cuidado do tribunal ao designar uma reunião para marcação de diligências, agendamento concertado com os senhores advogados e com a senhora juiz presidente para a disponibilização da mega sala de audiências de Sintra, correta notificação de todos os intervenientes, a única coisa que podia falhar foi aquela que falhou, por razões completamente a que somos alheios e que se relacionam com o sistema informático", explica o despacho judicial, a que a agência Lusa teve hoje acesso.

A juíza de instrução criminal (JIC) acrescenta que as diligências instrutórias, declarações das testemunhas e dos arguidos, "não são audíveis na gravação da diligência", acontecendo o mesmo com as alegações dos advogados no debate instrutório, embora neste caso não haja obrigatoriedade de gravação.

Apesar da falha do sistema informático de gravação, a JIC, com vista a aproveitar os atos praticados, evitando assim a repetição desta nova fase de instrução, sugeriu a transcrição das declarações das testemunhas e dos arguidos, "por súmula escrita (até porque o tribunal está na posse dos apontamentos de tudo o que foi dito)", dando a possibilidade aos advogados de sugerirem "alterações ou acrescentos".

O Ministério Público não se opôs a esta solução, mas o advogado de um dos arguidos (não identificado no despacho), que prestou declarações, "opôs-se ao método sugerido pelo tribunal, requerendo [que] se repitam as diligências" realizadas anteriormente.

"De modo a acautelar qualquer possível posterior arguição de nulidade, o tribunal repetirá as diligências efetuadas, não deixando de lamentar o sucedido pelo transtorno causado aos intervenientes processuais e pelo atraso que gera na decisão do processo, que já estava agendada [para as 14:00 de quinta-feira]", refere o despacho.

A JIC agendou a inquirição de quatro testemunhas e a audição de dois arguidos para as 10:30 de 11 de maio, e um novo debate instrutório para as 10:00 de 18 de maio. Contudo, esta próxima fase de instrução vai decorrer no Tribunal de Cascais.

Os 18 arguidos, entre eles três polícias e o líder da claque leonina Juve Leo, Nuno Vieira Mendes, conhecido por 'Mustafá', respondem por associação criminosa, roubo, sequestro, posse de arma proibida, abuso de poder, violação de domicílio por funcionário e falsificação de documento.

Segundo a acusação do Ministério Público, Paulo Pereira Cristóvão (antigo inspetor da PJ e também antigo vice-presidente do Sporting), dois outros arguidos e os três polícias recolhiam informações e decidiam quais as pessoas e locais a assaltar pelo grupo, nomeadamente na zona de Lisboa e na margem sul do rio Tejo.

Depois, as informações eram transmitidas aos restantes elementos, que compunham a vertente operacional da alegada rede criminosa.

JGS // ROC

Lusa/Fim

+ notícias: País

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.

FC Porto em sub17 recebe e vence Padroense 2-1

A equipa de Sub-17 do FC Porto recebeu e bateu este domingo o Padroense (2-1), no Olival, em jogo da 11.ª jornada da 2.ª fase do Campeonato Nacional de Juniores B. Francisco Ribeiro (41m) e Pedro Vieira (62m) assinaram os golos dos Dragões, que mantêm a liderança da série Norte, com 28 pontos, mais três do que o Sporting de Braga.