Centeno recusa avançar data para desbloquear verba para ala pediátrica do São João

Centeno recusa avançar data para desbloquear verba para ala pediátrica do São João
| Política
Porto Canal com Lusa

O ministro das Finanças escusou-se hoje a revelar quando será concretizado o investimento da ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, garantindo apenas que "vai avançar".

"Hoje, já não é uma questão. O investimento na ala pediátrica no São João é uma garantia porque vai avançar", disse Mário Centeno aos deputados das comissões parlamentares da Saúde e das Finanças que hoje ouviram o governante a pedido do CDS e do PSD, sobre o setor da saúde.

Questionado várias vezes por diversos deputados sobre a data em que as Finanças irão libertar os 22 milhões de euros necessários para a construção da ala pediátrica do Hospital de São João, Mário Centeno limitou-se a referir que "há um pacote de investimentos que está a ser trabalhado entre o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças", que inclui o investimento da ala pediátrica no São João.

"Sabemos há muito tempo e outros também sabiam, mas nada fizeram", disse, referindo-se ao arrastar do problema nesta unidade de saúde, que em 2015 recebeu a promessa de inauguração, sem que alguma vez avançasse.

O ministro disse por diversas vezes que o problema naquela unidade se arrasta há cerca de dez anos.

Mário Centeno acusou o anterior governo de ter lançado, por duas vezes, a primeira pedra da unidade pediátrica daquele hospital no norte, sem planeamento financeiro para aquela obra.

"Aquela pedra não levava financiamento atrás e, mesmo quando o primeiro-ministro foi outra vez ao São João, voltou sem dinheiro e, depois de dois lançamentos falhados, a obra não podia ser feita", disse.

A falta de condições de atendimento e tratamento de crianças com doenças oncológicas foi denunciada por pais de crianças doentes que são atendidas em ambulatório e também na unidade do 'Joãozinho', para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas no Centro Hospitalar de São João, concelho do Porto.

Na terça-feira, o presidente do Hospital de São João afirmou que as condições do atendimento pediátrico são "indignas" e "miseráveis", lamentando que a verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada.

Perante esta situação, o Presidente da República garantiu hoje que "há sensibilidade do Governo" para resolver a situação da unidade pediátrica de oncologia do Hospital de São João, Porto, e que este irá contribuir para resolver o problema.

"Do que pude apurar, há uma sensibilidade do Governo para enfrentar esse problema e para desbloquear esse problema. É um problema que conheço bem. É um problema que tem os problemas que todos conhecem e que são antigos, mas vieram agora outra vez a público", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Na próxima quarta-feira, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, vai à Comissão Parlamentar da Saúde prestar esclarecimentos sobre esta situação, a pedido do PSD, segundo anunciou o deputado Ricardo Batista Leite.

Para o social-democrata muito ficou por esclarecer, considerando que Mário Centeno "teve hoje o desplante de dizer que não tem uma data concreta" para desbloquear a verba necessária para a obra.

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.