Jerónimo de Sousa diz que PS, PSD e CDS partilham "culpas pesadas" em relação aos incêndios
Porto Canal com Lusa
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse este domingo em Almeida, no distrito da Guarda, que PS, PSD e CDS "partilham culpas igualmente pesadas" em relação aos incêndios florestais de 2017.
Segundo o líder nacional do Partido Comunista Português (PCP), que falava no encerramento da 9.ª Assembleia da Direção da Organização Regional da Guarda, "está cada vez mais claro que a origem dos brutais acidentes de 2017 se encontra em décadas de política de desordenamento florestal, de desmantelamento das estruturas do Ministério da Agricultura que teriam de concretizar a prevenção estrutural, designadamente o ICNF [Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas] e das estruturas de combate".
Jerónimo de Sousa também referiu o desinvestimento na floresta, afirmando que "os 150 milhões de euros desviados da floresta para outros programas do PRODER, pela anterior ministra [da Agricultura] Assunção Cristas, são o mais cabal exemplo do desprezo pelo mundo rural".
"E está também cada vez mais evidente que PS, PSD e CDS partilham culpas igualmente pesadas neste cartório, que só a falta de decoro pode querer fazer esquecer", afirmou, num comentário ao relatório apresentado pela Comissão Técnica Independente sobre os incêndios de 15 e 16 de outubro de 2017.
No seu discurso, o secretário-geral do PCP apontou que tem sido dito que "a culpa é de todos", quando, no seu entender, a "culpa é de quem governou e quem deixou a floresta neste estado de coisas e, por isso mesmo, não pode fugir às responsabilidades: PS, PSD e CDS".
Quanto ao futuro, na opinião de Jerónimo de Sousa, "o que faz falta não é mais legislação".
"O que precisamos agora é que se garantam os meios financeiros, técnicos e humanos para implementar a muita legislação que já está produzida, para garantir aos pequenos e médios produtores florestais os apoios à gestão ativa da floresta, e para assegurar a capacidade operacional dos corpos de bombeiros portugueses, respeitando os seus direitos e a sua estrutura", acrescentou.
ASR // ANP.
Lusa/Fim