Ministro da Defesa diz que passagem de armas químicas por Portugal está em avaliação
Porto Canal / Agências
O ministro da Defesa Nacional defendeu hoje que, por princípio, o pedido de transbordo de material químico deve ser considerado e que essa avaliação deve ser feita, invocando que é resultante de uma resolução das Nações Unidas.
"Não é, por princípio, uma situação que não deva ser considerada, pelo contrário, deve ser considerada dado o contexto em que se insere", afirmou José Pedro Aguiar-Branco, em declarações aos jornalistas.
Aguiar-Branco sublinhou que o pedido "é também resultante de uma resolução das Nações Unidas que significa que cabe naquilo que é a avaliação que deve ser feita" no âmbito da "participação solidária" de Portugal.
O ministro recusou indicar se já existe uma posição oficial em relação ao pedido concreto, afirmando que é ao ministério dos Negócios Estrangeiros que cabe "em primeira mão" o acompanhamento e "o controlo" da matéria e que o ministério da Defesa "é uma parte.
Questionado sobre se a posição que Portugal adotar nesta questão condicionará de alguma forma o futuro da Base das Lajes, o governante recusou esse cenário, afirmando que o acordo das Lajes "tem todo um processo desenvolvido" e que está a decorrer e que o pedido de transbordo dos produtos químicos da Síria "é uma operação casuística".
As autoridades norte-americanas contactaram Portugal para avaliar a possibilidade de realizar o transbordo de material químico proveniente da Síria num porto nos Açores, mas ainda não houve decisão, disse à Lusa fonte oficial do ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em comunicado enviado à Lusa, na terça-feira, o MNE afirma que Portugal foi um dos países contactados pelos Estados Unidos da América, que "procuraram apurar a disponibilidade, junto de vários parceiros, de estruturas portuárias para a operação de transbordo do material químico transportado a partir da Síria num navio dinamarquês para um navio norte-americano".