Eurodeputada Inês Zuber (PCP) defende participação nacional desde que Damasco concorde
Porto Canal / Agências
Estrasburgo, França, 15 jan (Lusa) - A eurodeputada Inês Zuber (PCP) concordou hoje com a possível participação de Portugal na eliminação de material químico proveniente da Síria, desde que se cumpram medidas de segurança e haja acordo do Governo sírio.
"Se contribuir para a destruição de armas químicas e se for feito em segurança e com o acordo do Governo sírio - com quem as Nações Unidas estão a negociar - achamos que Portugal deve fazer todos os esforços para contribuir para a eliminação de armas químicas", disse a eurodeputada à Lusa.
Portugal deveria dar um sinal para que essas operações não aconteçam só na Síria, mas também noutros países que detêm este tipo de armamento", acrescentou.
As autoridades norte-americanas contactaram Portugal para avaliar a possibilidade de realizar o transbordo, mas ainda não houve decisão, disse à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).
Em comunicado enviado à Lusa, o MNE afirma que Portugal foi um dos países contactados pelos Estados Unidos da América, que "procuraram apurar a disponibilidade, junto de vários parceiros, de estruturas portuárias para a operação de transbordo do material químico transportado a partir da Síria num navio dinamarquês para um navio norte-americano".
A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), envolvida no programa de desarmamento químico na Síria, disse hoje desconhecer qualquer transbordo de químicos em Portugal, afirmando que a operação decorrerá num porto italiano ainda não identificado.
"Não posso confirmar nem negar o que o Governo português anunciou. É a primeira vez que ouço isso. Tudo o que eu sei é que o navio americano se encontraria com o navio dinamarquês - e possivelmente um norueguês - num porto em Itália, que aparentemente será identificado amanhã", disse à Lusa por telefone o diretor de relações públicas da OPAQ.
Michael Luhan acrescentou que a organização e os países envolvidos na operação de retirada e destruição das armas químicas sírias estão a divulgar o mínimo de informação possível sobre os movimentos da operação, por motivos de segurança.
"O movimento destes químicos representa um certo risco, que a OPAQ não vê como particularmente alto, a ideia é reduzir o risco ao mínimo absoluto e uma forma de fazê-lo é não publicitando onde certas coisas vão acontecer e quando", sublinhou o responsável.
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