Moção sectorial contra casamento 'gay' e coadopção recolhe escassos aplausos
Porto Canal / Agências
Oliveira do Bairro, 11 jan (Lusa) - Uma moção contra o casamento entre homossexuais, a coadoção e a procriação medicamente assistida "fora da família natural" foi hoje a menos aplaudida entre as moções setoriais apresentadas no XXV Congresso do CDS-PP.
O documento, intitulado "CDS-PP, partido da liberdade e da responsabilidade", foi apresentado pelo primeiro subscritor, Nuno Lobo, que foi muito crítico contra os deputados que, na bancada do CDS-PP, "acompanharam a esquerda" na viabilização de medidas como a coadoção e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"Não somos indiferentes do desejo de felicidade dos homossexuais. Mas fique claro que não somos indiferentes ao bem comum. E estamos certos que o bem comum é servido de realidades naturais", afirmou, perante escassos aplausos dos delegados do CDS-PP.
Para os subscritores da moção H, "todos os deputados sem exceção devem falar a uma só voz nestas matérias".
Ao contrário da moção de Nuno Lobo, a moção setorial apresentada por José Manuel Rodrigues a explicar o voto contra os orçamentos de Estado para 2013 e 2014 foi calorosamente acolhida.
O líder do CDS-PP/Madeira e ex-deputado invocou "razões regionais importantíssimas" para justificar a decisão da comissão política do CDS-PP/Madeira impor o voto contra aos orçamentos mas também "razões de convicção".
"Quando lemos na moção do presidente do partido que no primeiro ciclo de governação o CDS foi obrigado a governar contra as suas convicções então tivemos razão [em votar contra os OE] porque nos mantivemos fiéis às nossas propostas", afirmou.
"Que nunca mais o CDS seja obrigado a governar contra as suas próprias convicções", afirmou, perante os aplausos dos delegados.
O líder da comissão política do CDS-PP/Madeira disse que a estrutura mandatou o atual deputado eleito pela região Rui Barreto para votar contra os orçamentos, frisando que foram assumidas "todas as responsabilidades".
José Manuel Rodrigues, ex-deputado que se demitiu da vice-presidência do partido e da bancada parlamentar, lembrou que Rui Barreto foi suspenso da militância partidária em consequência de um processo disciplinar.
No final da sua intervenção, José Manuel Rodrigues disse reconhecer o "enorme esforço e empenho de ministros e secretários de Estado" para impedir propostas contra os "valores e princípios do CDS".
"O que seria hoje do nosso país se em vez desta coligação o país tivesse sido governado durante dois anos e meio por um governo de maioria absoluta do PSD?", questionou.
Uma moção em defesa do ensino obrigatório exclusivamente suportado por impostos "sem co-pagamentos e outras taxas", uma outra que aponta as exportações, o investimento e a inovação como caminhos para o "desenvolvimento industrial" e outra a defender medidas para combater a desertificação do interior do país foram os outros documentos setoriais apresentados no XXV Congresso do CDS-PP.
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Lusa/fim