Responsável máximo da Oxfam considera críticas à organização "desproporcionadas"

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Porto Canal com Lusa

Londres, 17 fev (Lusa) -- O executivo máximo da Oxfam, Mark Goldring, qualifica as críticas à organização não-governamental como "desproporcionadas", no seguimento do escândalo sexual envolvendo elementos da organização, numa entrevista hoje divulgada pelo jornal The Guardian.

Goldring questionou a "intensidade" e "ferocidade" dos ataques de vários setores à organização não-governamental (ONG), envolvida numa crise profunda depois de outro jornal britânico, o The Times, denunciar o envolvimento sexual de alguns dos seus voluntários e trabalhadores com pessoas que supostamente deveriam ajudar.

Segundo uma investigação divulgada na passada segunda-feira, vários funcionários da organização são acusados de violações durante missões humanitárias no Sudão do Sul, de abusos sexuais na Libéria e de terem contratado prostitutas para orgias pagas com dinheiro da ONG no Chade e no Haiti, remontando alguns destes casos a 2010 e 2011.

Goldring reafirmou as suas desculpas e reconheceu que é preciso fazer grandes reformas na organização, ao mesmo tempo que sublinhou que o escândalo afetou donativos "vitais".

"A intensidade e ferocidade do ataque fazem com que nos questionemos sobre o que fizemos nós. Assassinámos bebés nos seus berços? Sem dúvida a magnitude e a intensidade dos ataques é desproporcionada perante o nível de culpabilidade. Não o entendo", disse, acrescentando que tudo o que se diz agora da Oxfam "é manipulado".

Após a controvérsia, a ministra britânica do Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt, anunciou na sexta-feira que a Oxfam deixará de receber ajudas públicas até que possa "cumprir com os altos padrões que se esperam dela".

O Ministério era o principal doador da Oxfam e com base nos números de 2017 a ONG pode perder 98.000 euros por dia em ajudas.

O The Times também noticia hoje, que além do dinheiro que a Oxfam recebia do Governo, há mais 90 milhões de euros em donativos que estão agora "em risco", devido ao escândalo.

Segundo o jornal, a multinacional Ikea, que tem 28 milhões de euros direcionados para a ONG, mantém atualmente "conversações urgentes" com os executivos da Oxfam para averiguar se esses donativos financiaram irregularidades.

Os projetos apoiados pela empresa afetam mais de 200.000 mulheres e crianças pobres do Bangladesh, Etiópia, Indonésia, Paquistão e Uganda.

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