Ex-vereadora da Câmara de Ourém acusada de três crimes

| País
Porto Canal com Lusa

Ourém, Santarém, 15 fev (Lusa) -- A ex-vereadora da Câmara de Ourém Lucília Vieira foi acusada dos crimes de prevaricação de titular de cargo político, subtração de documento e falsificação de documento, no âmbito de um concurso de recrutamento excecional de trabalhadores.

Segundo o despacho de acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra, ao qual a Lusa teve hoje acesso, a antiga autarca, eleita pelo PS, tomou posse, para o primeiro de dois mandatos, em 30 de outubro de 2009, tendo-lhe sido delegado, entre outros, o pelouro dos Recursos Humanos.

Em 2010, Lucília Vieira diligenciou junto do chefe de Divisão Administrativa e de Recursos Humanos para desencadear "os procedimentos necessários para abertura de concurso para recrutamento/admissão de novos trabalhadores".

O responsável manifestou "sérias reservas", dadas as medidas em curso para a redução do endividamento público, e sugeriu um pedido de parecer à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT).

No parecer emitido em fevereiro de 2011, a CCDR-LVT concluiu que o recrutamento era "apenas admissível em situações excecionais", quando cumulativamente existisse relevante interesse público e não fosse possível ocupar os postos de trabalho por pessoal com relação jurídica de emprego público previamente constituída.

Apesar das limitações, a vereadora ordenou a reformulação do mapa de pessoal, que foi aprovada em abril seguinte pelo município.

"Com efeito, era já intenção da arguida, e nisso se adequava essa reformulação, que, no âmbito do concurso que pretendia abrir, fosse admitida e acedesse à categoria de técnica superior a funcionária Carminda da Silva Santos, que tinha obtido a licenciatura em Educação Básica no ano anterior", sustenta o Ministério Público (MP).

Em 19 de julho de 2011, sob proposta de Lucília Vieira, esta câmara do distrito de Santarém aprovou por unanimidade o recrutamento excecional de vários trabalhadores, incluindo dois técnicos superiores para a Divisão de Educação e Assuntos Sociais. A chefe desta divisão propôs um para a área da Psicologia e outro para o Serviço Social.

Mas, "em cumprimento do propósito por si delineado de que a funcionária Carminda da Silva Santos acedesse à carreira/categoria de técnico superior", a vereadora deu ordem para que fosse alterada a justificação apresentada para a área do Serviço Social por uma para Educação Básica.

Segundo o MP, Lucília Vieira concluiu que importava não deixar neste dossiê referências à sua intervenção, pelo que ordenou a retirada dos procedimentos relativos aos 11 postos de trabalho abertos do "original da 'nota justificativa' por si assinada e todas as cópias que deles constavam", substituindo-os "por outro documento com o mesmo conteúdo, mas sem a sua assinatura".

Por outro lado, importava que a proposta de recrutamento excecional estivesse conforme com o texto que tinha sido aprovado na reunião camarária de 19 de julho, "o que não sucedia", pelo que diligenciou pela alteração parcial do texto da proposta, mantendo a primeira página, que tinha o despacho do presidente da câmara e o carimbo da deliberação, em 19 de julho.

"Assim forjado este documento, a arguida ordenou que o mesmo substituísse o que inicialmente constava do procedimento", refere o MP.

Ao concurso para técnico superior com licenciatura em Educação Básica concorreram 40 pessoas, tendo sido admitidos apenas cinco candidatos, incluindo Carminda da Silva Santos, que ganhou.

Para o MP, Lucília Vieira quis "condicionar e reduzir significativamente" o acesso ao concurso para permitir que fosse ocupado por Carminda da Silva Santos, apesar de saber que esta não o iria ocupar porque passou a desempenhar funções de nomeação política junto da presidência e, depois, da vereação socialista.

O lugar "nem sequer era uma necessidade premente do serviço como o exigia tal procedimento concursal", sustenta o MP, convicto de ter havido "manifesto benefício para a funcionária" em prejuízo dos restantes candidatos excluídos e dos que se queriam candidatar, bem como para o município, pois nenhum funcionário ocupou o lugar nos anos seguintes.

O MP pede o julgamento da antiga vereadora por um tribunal singular, considerando que "nunca lhe será de aplicar pena de prisão superior a cinco anos".

SR // ROC

Lusa/Fim

+ notícias: País

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.

FC Porto em sub17 recebe e vence Padroense 2-1

A equipa de Sub-17 do FC Porto recebeu e bateu este domingo o Padroense (2-1), no Olival, em jogo da 11.ª jornada da 2.ª fase do Campeonato Nacional de Juniores B. Francisco Ribeiro (41m) e Pedro Vieira (62m) assinaram os golos dos Dragões, que mantêm a liderança da série Norte, com 28 pontos, mais três do que o Sporting de Braga.