Maioria de cem personalidades ouvidas no 25.º aniversário do Infarmed estão contra transferência para o Porto

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 18 jan (Lusa) - A grande maioria das cerca de cem personalidades da saúde que testemunharam sobre o Infarmed, no âmbito do seu 25.º aniversário, considera um erro a decisão de transferir a sede do instituto para o Porto.

Contactado pela Lusa, o coordenador do "Infarmed Notícias", que é o boletim da Autoridade do Medicamento, disse que, " apesar de o depoimento solicitado não espelhar a incontornável polémica em torno da deslocalização, a maior parte das pessoas ouvidas não escondeu o seu desagrado sobre a decisão do Governo".

O depoimento pedido era sobre a importância da instituição e não sobre a polémica de transferir a sede do Infarmed de Lisboa para o Porto, mas ainda assim a maioria das personalidades nacionais não escondeu o seu desagrado pela decisão Governo, segundo o coordenador do trabalho.

Entre 23 de dezembro e 14 de janeiro foram recolhidos 115 depoimentos, integrados numa edição especial apresentada no dia em que se assinalou a efeméride, na segunda-feira.

A edição especial do "Infarmed Notícias" inclui vários ex-ministros da Saúde e secretários de Estados que tutelaram o Infarmed, antigos presidentes do organismo, representantes da indústria farmacêutica, atuais e ex-bastonários, bem como farmacêuticos, médicos, investigadores e os representantes de entidades europeias do medicamento, nomeadamente a Agência Europeia do Medicamento.

No próprio boletim, entre as pessoas que questionam, por escrito, a decisão do governo, há ex-presidentes do Infarmed.

"O que é hoje vital para o futuro do Infarmed? O reforço do seu estatuto de entidade reguladora e do seu papel na União Europeia? Primeiro, a estratégia. Deslocalizar para quê? Que ganhos de estratégia e de desempenho traz uma ida para o Porto? Não vislumbro", escreveu o antigo presidente do Infarmed Miguel Andrade, que liderou a instituição entre 2000 e 2002.

Também o primeiro presidente do Infarmed, Aranda da Silva, aludiu à decisão do Governo: "Como se diz no futebol, não se mudam equipas vencedoras. As decisões políticas, para que não sejam encaradas como resultado de pressões obscuras, ignorância ou deficiente informação por parte dos decisores, devem ser tecnicamente fundamentadas e com sentido estratégico", escreveu Aranda da Silva.

Já José Morais, antigo presidente da Comissão de Avaliação de Medicamentos optou por escrever: "Hoje o Infarmed goza de uma reputação nacional e internacional na proteção da saúde na sociedade, fruto do empenho e competência dos seus atores, que dificilmente é compatível com perturbações externas geradoras de instabilidade".

Hoje, a comissão de trabalhadores vai entregar aos deputados da comissão parlamentar de Saúde exemplares desta edição especial do "Infarmed Notícias".

ARP // HB

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