Mário Soares diz que Passos foi "desilusão absoluta" e que o balanço é "péssimo"
Porto Canal / Agências
Lisboa, 06 mai (Lusa) - O ex-Presidente da República Mário Soares disse hoje que Passos Coelho se revelou "uma desilusão absoluta" como primeiro-ministro, considerando que os dois primeiros anos de Governo PSD/CDS foram "péssimos para Portugal" e "a melhor inversão era irem-se embora".
"Acho que foram dois anos péssimos para Portugal", começou por afirmar o antigo chefe de Estado, em declarações à Lusa e à rádio Antena 1 na sua fundação, à margem de uma sessão de apresentação do livro "Memória de Tortura e Resistência", de Joaquim Monteiro Matias.
Para o fundador do PS, o balanço destes dois anos de mandato é absolutamente negativo: "Todas as coisas pioraram, indiscutivelmente, como todo o país sabe".
Questionado sobre os elogios que teceu a Pedro Passos Coelho, no início do mandato, Mário Soares disse ter-se enganado.
"Pois é, fiz elogios pessoais, efetivamente, porque estava convencido de que ele era uma outra pessoa que realmente não foi, eu conhecia-o desde jovem, julguei que era outra pessoa. Enfim, enganei-me, como toda a gente se engana", disse.
Na opinião do histórico socialista e também antigo primeiro-ministro, o desempenho do executivo e de quem o lidera foi "uma desilusão absoluta".
"Eu não tive muitas ilusões nunca, mas de qualquer maneira tive ilusões em relação ao primeiro-ministro, Passos Coelho, e estava convencido de que ele era outra pessoa", reforçou.
Interrogado sobre se ainda pode haver uma inversão, Mário Soares ripostou que "a melhor inversão" que o Governo pode dar era "ir-se embora": "É o que eu tenho dito várias vezes".
Já sobre a ausência do secretário-geral do PS, António José Seguro, do encontro das esquerdas na Aula Magna, que Soares promoveu, o socialista desvalorizou.
"Eu já sabia que ele não ia, a primeira pessoa a quem eu falei foi ao António José Seguro, ele disse-me que não ia, que mandava uma pessoa e eu fiquei convencido, foi aquela que lá viu", declarou.
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