CGTP considera que é a Alemanha quem manda e não o presidente
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 04 dez (Lusa) - A CGTP considerou hoje que o Eurogrupo é um instrumento de pressão da União Europeia, que é liderado pelo ministro das finanças alemão e não pelo seu presidente.
"O problema não está no presidente, mas nas políticas impostas pelo Eurogrupo, que continua a ser um instrumento da União Europeia para pressionar os países a reduzirem de forma cega os défices orçamentais", disse à agência Lusa o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, a propósito da eleição do ministro Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo.
O ministro das Finanças português, Mário Centeno, foi hoje eleito presidente do Eurogrupo, ao impor-se na segunda volta da votação realizada em Bruxelas.
Para o secretário-geral da CGTP, o Eurogrupo "não é democrático, pois quem ali sempre mandou foi o ministro alemão e não o seu presidente".
Arménio Carlos admitiu que o ministro português das Finanças possa ter vontade de alterar os procedimentos do Eurogrupo mas considerou que Mário Centeno "pode não ter força para a mudança".
"Até agora foi sempre o ministro das Finanças alemão que mandou no Eurogrupo, no futuro veremos", disse o sindicalista.
De acordo com fontes europeias, Centeno foi o mais votado na primeira volta (oito votos), após a qual saíram da "corrida" a letã Dana Reizniece-Ozola e o eslovaco Peter Kazimir, tendo o ministro português derrotado o candidato luxemburguês Pierre Gramegna na segunda volta.
Centeno torna-se assim o terceiro presidente da história do fórum de ministros das Finanças da zona euro, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker e do holandês Jeroen Dijsselbloem, assumindo funções em janeiro próximo.
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