Pedrógão Grande: Associação de Vítimas exige que todo o país saiba o que aconteceu

| País
Porto Canal com Lusa

Pedrógão Grande, Leiria, 04 dez (Lusa) -- A Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) disse hoje entender que, "por um princípio de justiça e solidariedade, todo o país deve ter a consciência do que se passou com as vítimas" deste fogo.

"A AVIPG entende que, por um princípio de justiça e solidariedade, todo o país deve ter a consciência do que se passou com as vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, pois só assim ter-se-á a real compreensão da dimensão da tragédia e das suas circunstâncias pessoais, de forma a que possamos tirar lições desta que foi a maior tragédia em termos de vidas humanas em matéria de incêndios florestais em Portugal", refere a estrutura, numa comunicação enviada à agência Lusa.

A associação diz ainda que está a "organizar, em coordenação direta com o Ministério da Administração Interna, a disponibilização de informação parcelar por vítima ou família relativa ao capítulo 6 do relatório intitulado 'O complexo de Incêndios de Pedrógão Grande e Concelhos Limítrofes, iniciado a 17 de junho de 2017' [...], aos familiares das vítimas que detenham a titularidade do acesso à documentação, nos termos legais e previstos na deliberação da Comissão Nacional de Proteção de Dados de 21 de novembro de 2017 e do Regime de Acesso à Documentação Administrativa".

Este estudo, elaborado pelo Centro de Estudos Sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, foi coordenado pelo professor Domingos Xavier Viegas.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados vetou a publicação integral do capítulo 6 do relatório, permitindo apenas que os familiares das vítimas tenham acesso à informação.

A CNPD considera que a divulgação pública do relatório expõe "as pessoas num grau muito elevado, afetando significativamente os direitos fundamentais ao respeito pela vida privada e à proteção de dados pessoais".

Hoje, em comunicado, a AVIPG diz estar "fortemente empenhada em promover o acesso à documentação aos familiares das vítimas e, paralelamente, está a recolher a autorização dos mesmos para a sua divulgação total ou parcial".

"Não há mais espaço para protelamentos, ignorância e medos depois de 2017. O país precisa acordar para o real problema da interioridade e a sua desertificação, do desordenamento florestal e do abandono da floresta enquanto pilar da economia nacional, da ausência de direção, fiscalização e controlo por parte das entidades públicas e suas concessionárias e da ausência e falhas na proteção e socorro às populações", refere a nota enviada à Lusa.

Assim, "solicita-se a todos os interessados diretos que entrem em contacto com a AVIPG pelo 'email' afvipg@gmail.com para agendamento da entrega do extrato que lhe diz respeito num dos dois polos - de Pedrógão Grande ou de Lisboa, em data a indicar".

SSS // ROC

Lusa/fim

+ notícias: País

Quatro em cada cinco encarregados de educação insatisfeitos com manuais digitais

Mais de quatro em cada cinco encarregados de educação que responderam a um inquérito sobre o projeto-piloto do Ministério da Educação para introduzir manuais digitais nas escolas estão insatisfeitos e defendem o fim do programa.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.