PCP discorda da perspectiva que Cavaco Silva faz para 2014
Porto Canal / Agências
Lisboa, 01 jan (Lusa) -- O Partido Comunista Português criticou hoje o presidente da República pela perspetiva que faz para 2014, considerando que o Orçamento do Estado para este ano vai agravar as desigualdades sociais e aumentar o desemprego.
"Discordamos profundamente da perspetiva que o Presidente de República deu em relação a 2014. O orçamento que acabou de promulgar não aponta para a melhoria das condições de vida dos portugueses, mas, pelo contrário, aponta para o agravamento da situação", disse à agência Lusa o dirigente comunista Armindo Miranda.
Para este ano, o Partido Comunista Português prevê que a situação social e as desigualdades se venham a agravar e o desemprego cresça.
O membro da comissão política do PCP disse também não ter ficado surpreendido que, na mensagem de ano novo, Cavaco Silva não tenha feito referência à constitucionalidade do Orçamento do Estado (OE) para 2014
"Não surpreende, está de acordo com a opção que o Presidente da Republica fez", afirmou.
Armindo Miranda contestou igualmente o apelo de Cavaco Silva à salvação nacional, considerando que tentativa idêntica foi feita em 2013 e teve como resultado "uma salvação do capital e não propriamente salvação nacional".
O dirigente comunista disse ainda que o Presidente da Republica tem manifestado preocupação com o desemprego, "mas depois durante o ano apoia e estimula políticas que têm exatamente consequência em sentido contrário".
O Presidente da República admitiu hoje que Portugal "não necessitará de um segundo resgate", considerando, porém, que um "programa cautelar é uma realidade diferente".
Na sua habitual mensagem de Ano Novo, transmitida hoje pela televisão, o Presidente não esclareceu se pedirá ao Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva do Orçamento do Estado de 2014, ao contrário do que aconteceu há exatamente um ano com o orçamento de 2013.
Cavaco Silva renovou o apelo às forças políticas para um "compromisso de salvação nacional", a exemplo do que fez em julho, após a crise política do Verão, considerando que os portugueses beneficiariam desse acordo no período `pós-troika´.
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