Pizarro (PS) diz que Porto "não pode sentir-se diminuído" por perder sede da EMA
Porto Canal com Lusa
Porto, 20 nov (Lusa) -- O vereador socialista na Câmara do Porto Manuel Pizarro defendeu hoje que a cidade "não pode sentir-se diminuída" com o resultado da candidatura a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA) que, disse, irá deixar "uma marca no futuro".
"Eu estava mais contente se a decisão tivesse sido a seleção do Porto para o grupo final de votação, mas ainda assim quero valorizar que é a primeira vez na história que o Porto é apresentado pelo país como uma solução viável para a localização de uma agência internacional", afirmou o também líder da federação distrital do PS/Porto.
A cidade do Porto foi hoje eliminada na votação no Conselho da União Europeia para escolher a futura sede EMA, que vai abandonar o Reino Unido devido ao 'Brexit', revelaram fontes europeias, segundo as quais passaram à próxima volta da eleição as cidades de Amesterdão (Holanda), Copenhaga (Dinamarca) e Milão (Itália).
"As três cidades mais votadas -- Milão, Copenhaga, Amesterdão -- são três grandes cidades europeias. E portanto o Porto não se pode sentir diminuído por ter ficado atrás de cidades desta dimensão e com este valor histórico", destacou Manuel Pizarro.
Para o autarca, "esta campanha pelo Porto, que foi desenvolvida pelo estado português à escala europeia vai deixar uma marca para o futuro" e "de agora em diante nunca mais poderá ser ignorada a possibilidade de instalar uma grande instituição internacional" na cidade.
Pizarro admitiu, porém, que a campanha "porventura" terá começado "um pouco mais tarde" que outras.
"Eu acho que essa turbulência [no início do processo, sobre a escolha da cidade a candidatar} só beneficiou o país porque se não tivesse sido o Porto o candidato, o resultado teria sido previsivelmente pior", frisou.
O socialista admitiu ainda ter sempre considerado que a probabilidade de o Porto vencer "era pequena", mas que "seria gravíssimo" que se tivesse desistido "de lutar por esta possibilidade".
"Só o facto de termos afirmado a nossa candidatura contribuiu em muito para o prestígio da cidade no plano europeu e internacional e isso é um resultado que ficará a crédito para o futuro", salientou.
Para Manuel Pizarro, há que "aprender com tudo o que aconteceu neste processo, de bom e de menos bom", para, em próximas ocasiões, ser possível obter melhores resultados.
Na primeira volta da votação para a sede da EMA, o Porto recolheu 10 votos, tendo sido a sétima cidade mais votada, a par de Atenas, e atrás de Milão (25 votos), Amesterdão e Copenhaga (ambas com 20), Bratislava (15), Barcelona (13), Estocolmo (12).
A EMA, cuja localização em Londres terá de mudar devido à saída do Reino Unido da UE, conta atualmente com 890 trabalhadores e recebe cerca de 35 mil representantes da indústria por ano.
A nova sede da Autoridade Bancária Europeia -- com oito candidaturas - também é decidida na reunião de hoje, na qual Portugal está representado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.
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