Exposição revela impacto da economia do açúcar na encomenda artística da Madeira

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 10 nov (Lusa) - A exposição "As ilhas do ouro branco - Encomenda Artística na Madeira (séculos XV-XVI)", com 86 obras de arte, vai ser inaugurada a 15 de novembro, no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, foi hoje anunciado.

A exposição - que revela o impacto da economia que envolvia o cultivo da cana-de-açúcar no arquipélago da Madeira, nos finais da primeira metade do século XV - ficará patente ao público de 16 novembro a 18 de março de 2018.

Trata-se da "grande exposição do MNAA, em dimensão e qualidade" da nova temporada do museu, como sublinhou à agência Lusa o diretor desta instituição, António Filipe Pimentel, quando foi anunciada a mostra, em setembro.

"Esta exposição será o rasgar do véu sobre uma realidade muito pouco conhecida que é a encomenda artística na Madeira", comentou o diretor do MNAA à Lusa, sobre a mostra, que apresenta quase uma centena de peças.

Proveniente da Ásia, o açúcar era conhecido na Europa como "ouro branco", devido ao seu valor e raridade, e terá sido o Infante D. Henrique a importar cana-de-açúcar da Sicília e a introduzir o seu cultivo na Madeira, um projeto de rápida expansão.

"Com o grande sucesso da economia do açúcar, deu-se um enorme desenvolvimento local na Madeira que proporcionou a aquisição, por parte de privados, de inúmeras obras de arte", recordou o responsável do museu.

No final do século XV, o açúcar do arquipélago chegava aos portos de Bruges e de Antuérpia, de Génova, Nápoles e Constantinopla.

Aumentou, assim, por toda a Europa, o consumo do "ouro branco", alterando hábitos alimentares e algumas práticas medicinais.

Em paralelo, "cresceu a importação para o arquipélago de bens destinados a satisfazer as devoções, e a definir o estatuto social dos novos grupos populacionais constituídos à sombra dos canaviais e da economia açucareira", recorda um texto do MNAA sobre a exposição.

Nas primeiras décadas do século XVI, a Madeira vivia um período de prosperidade económica sem precedentes e, nessa época, os ricos negociantes de açúcar importavam trípticos e retábulos de importantes pintores flamengos, esculturas religiosas e alfaias litúrgicas em ouro e prata.

Esta exposição vai marcar o arranque das Comemorações dos 600 Anos do Descobrimento da Madeira, sendo constituída por pintura, escultura, ourivesaria e artes decorativas, dos séculos XV e XVI, que ilustram a especificidade da encomenda artística madeirense a oficinas nacionais, espanholas e flamengas.

"As ilhas do ouro branco - Encomenda Artística na Madeira (séculos XV-XVI)" é comissariada por Fernando António Baptista Pereira e Francisco Clode de Sousa.

AG // MAG

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