Proteção Civil alerta para condições favoráveis a fogos florestais na próxima semana
Porto Canal com Lusa
O "tempo quente e seco", previsto para a próxima semana, oferece as "condições favoráveis à ocorrência e propagação de incêndios florestais", alertou este sábado a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Num "aviso à população", emitido este sábado, a ANPC afirma que "devido ao agravamento das condições meteorológicas, com uma subida da temperatura", reúnem-se as "condições favoráveis à ocorrência e propagação de incêndios florestais".
A ANPC refere as previsões do Instituo Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), segundo as quais, "a partir de amanhã, domingo, 22 de outubro, e até ao final da semana", há "um período de tempo seco e subida de temperatura, para valores acima da média para esta época do ano".
Estas condições meteorológicas são "favoráveis à propagação de incêndios rurais na eventualidade de se verificarem ignições do material lenhoso, não obstante a precipitação registada nos últimos dias".
A ANPC salienta que "o país atravessa um já longo período de seca e, além disso, existe grande quantidade de material combustível acumulado e suscetível de arder rápida e violentamente nos espaços florestais".
Neste sentido, a ANPC afirma que até ao final do mês vigora o "período crítico", pelo que não é permitido "realizar queimadas de fogueiras para recreio ou lazer ou para confeção de alimentos", "utilizar equipamentos de queima e de combustão destinados a iluminação ou a confeção de alimentos", ou "queimar matos cortados e amontoados, bem como qualquer outro tipo de sobrantes de exploração".
Também não é permitido "lançar balões com mecha acesa ou qualquer outro tipo de foguetes, fumar ou fazer lume de qualquer tipo nos espaços florestais e vias de atravessamento ou circundantes", e "fumigar ou desinfestar apiários com utensílios que não estejam equipados com dispositivos de retenção de faúlhas".
Aconselha a ANPC a "manter as máquinas e equipamentos limpos de óleos e poeiras", "abastecer as máquinas a frio e em local com pouca vegetação", e "guardar todo o cuidado com as faíscas aquando do seu manuseamento, evitando a sua utilização durante os períodos de maior calor".
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.