Estudantes de Letras da UPorto protestam contra fecho de instalações perto dos exames

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Porto Canal / Agências

Cerca de duas dezenas de alunos da Faculdade de Letras Universidade do Porto (FLUP) manifestaram-se hoje, junto à Reitoria, contra a decisão de fechar as instalações universitárias até 04 de janeiro, período que antecede a época de exames.

Ana Isabel Carvalho, de 21 anos, estudante de Jornalismo veio de propósito de Resende para o protesto junto à Reitoria da UP. A estudante usa a biblioteca de Letras, no Campo Alegre, e o edifício de Ciências da Comunicação, na Praça Coronel Pacheco, mas ambas as instalações estão fechadas por ordem do reitor da UP.

"Este encerramento vai afetar-me diretamente porque quando estudo em ambiente familiar não rende tanto. Até existem programas de computador, para trabalhos de jornalismo, que não posso ter no meu pessoal por serem caros. Usaria os da faculdade", descreveu à Lusa Ana Isabel Carvalho.

A época de exames da estudante de Jornalismo começa a 06 de janeiro, exatamente no dia previsto para a reabertura da biblioteca da FLUP que, segundo fonte da UP, vai estar fechada durante estes mais dois dias, face às restantes instalações universitárias, por motivo de obras. "Está a ser arranjada uma parede que constituía um perigo para os utilizadores da biblioteca", explicou a mesma fonte.

Além deste argumento, o das obras, a UP invoca, para explicar o encerramento inédito das instalações neste período de Natal, um plano de poupança energética e em custo com segurança. "Estamos a sofrer cortes há quatro anos e este é o primeiro ano que encerramos", disse fonte da reitoria.

A UP estima que, com o encerramento de todas as faculdades, incluindo bibliotecas, em dois períodos - 15 a 25 de agosto e 23 de dezembro a 02 de janeiro - consiga vir a poupar entre 200 a 300 mil euros, mas este argumento não convence a Associação de Estudantes da FLUP (AEFLUP).

"Numa universidade que no ano passado apresentou um ano positivo e registou 26 milhões de euros não de receita, mas de lucro, não se justifica esta medida. Esses euros serão usados para contratar professores, não serão usados para melhorar as instalações das faculdades. Serão usados, não sabemos muito bem para quê", criticou o vice-presidente da AEFLUP, André Silva.

"Biblioteca de Natal da UP: estudamos ao relento para poupar uns trocos", dizia um dos cartazes instalados na Praça dos Leões, no Porto, de frente para a Reitoria da UP, onde os cerca de 20 estudantes, em "protesto simbólico", simulavam estar numa biblioteca com computadores apoiados no chão e cadeiras desmontáveis em linha com alunos a ler e a tirar apontamentos.

Guilherme Matos, 20 anos, e Hugo Silva, 21 anos, ambos estudantes de História, contaram que têm exame de História Contemporânea de Portugal nos primeiros dias de janeiro.

"Necessitamos de requisitar livros para trabalhos de investigação que têm prazo de entrega no início do ano. A biblioteca de Letras é muito confortável para estudar. Até há muita gente que não é de Letras e vai para lá", descreveram os estudantes de História.

É o caso de Carolina Nogueira, de 21 anos, que resolveu juntar-se ao protesto convocado pela AEFLUP apesar de ser estudante de Relações Públicas no Instituto Superior da Maia. "Também uso a biblioteca de Letras porque é mais perto de casa o que me permite rentabilizar melhor o tempo de estudo", disse.

De acordo com André Silva, a AEFLUP tem uma carta aberta para entregar ao Reitor da UP, Marques dos Santos.

"Aquela que, de acordo com rankings internacionais, é a melhor universidade portuguesa, fecha as suas instalações aos seus alunos no período de duas semanas e quando estão perto os exames. Há um conjunto de consequências que surge desta medida. Existem pessoas que estão a escrever teses e têm prazos de pós-graduação. E estamos a falar de uma biblioteca [a de Letras] que tem mais de 300 mil obras", concluiu André Silva.

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