Operação Marquês: Ricardo Salgado foi uma "bóia de salvação" para a investigação - defesa

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 out (Lusa) -- A defesa de Ricardo Salgado alegou hoje que o ex-banqueiro surgiu na Operação Marquês, a partir de "notícias plantadas", numa tentativa de o envolver num caso a que é "absolutamente alheio" e como "bóia de salvação" da investigação.

"Ricardo Salgado foi uma espécie de `boia de salvação´ para um processo que se estava a afogar nas suas múltiplas teses contraditórias e ainda para outras pessoas. Aliás, no único interrogatório que lhe foi feito, não lhe foram apresentados factos e provas, mas suposições e presunções sem qualquer suporte", considerou o advogado Francisco Proença de Carvalho, que leu um comunicado em conferência de imprensa, sem direito a perguntas dos jornalistas.

Francisco Proença de Carvalho justificou que não ia responder a perguntas dos jornalistas por razões deontológicas ligadas à limitação imposta pelo Estatuto dos advogados e com o argumento de que "os factos e o direito só podem ser discutidos nos tribunais".

Segundo a defesa, a acusação contra Ricardo Salgado "é totalmente infundada" e o processo "não tem, nem pode ter, factos e provas de qualquer crime".

O advogado criticou as violações sistemáticas da violação do segredo de justiça na Operação Marquês, observando que, "quando, finalmente, se conhece a acusação, há muito que a opinião pública foi intoxicada com sistemáticas mensagens distorcidas para destruir a imagem de Ricardo Salgado".

Francisco Proença de Carvalho acusou ainda o Ministério Público (MP) de ter "o conforto de saber" que, na Operação Marquês, o juiz de instrução, "em regra, limita-se a aderir e aceitar tudo o que é requerido, ou, até a ir mais longe do que o próprio MP".

"Estas circunstâncias são inadmissíveis num Estado de Direito democrático e deixam os cidadãos sem proteção e à mercê dos ímpetos de qualquer investigador", disse, notando que Ricardo Salgado foi alvo de medidas de coação "desnecessárias e desproporcionadas" e de "arrestos indiscriminados e abusivos pomposamente anunciados pela Procuradoria-Geral da República".

Sem responder se vai ou não requerer a abertura de instrução do processo, o comunicado lido pelo advogado disse contudo esperar que depois de tantas prorrogações de prazo concedidas ao MP seja também concedido à defesa "um prazo razoável e condições dignas para o exercício cabal dos seus direitos", mostrando-se convicto de que "Ricardo Salgado virá a ser, mais tarde ou mais cedo, ilibado neste processo"

O Ministério Público acusou na quarta-feira 28 arguidos da 'Operação Marquês', incluindo Ricardo Salgado e o ex-primeiro-ministro José Sócrates, de quase 200 crimes, entre os quais se contam corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

No caso de Ricardo Salgado, o Departamento Central de Investigação e Ação penal acusou o ex-banqueiro de 21 crimes económicos e financeiros: corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.

FC // HB

Lusa/fim

+ notícias: País

Jovem associado a ataques no Brasil fica em prisão preventiva

O jovem de 17 anos detido na quinta-feira no Norte do país por suspeita de homicídio qualificado e incitamento ao ódio e à violência, conduta que resultou num ataque com arma numa escola do Brasil, ficou em previsão preventiva por ordem de uma juíza de instrução criminal, avançou a CNN.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.