Marcelo escusa-se a comentar declarações de Cavaco por "respeito pela função presidencial"

| Política
Porto Canal com Lusa

Póvoa de Lanhoso, Braga, 31 ago (Lusa) - O Presidente da Republica escusou-se hoje a comentar afirmações do seu antecessor, Cavaco Silva, sobre a atuação dos chefes do Estado, alegando "respeito pela função presidencial" e a necessidade de se fazer "respeitar pelo povo".

"Por uma questão de cortesia, bom senso, obviamente de educação, mas sobretudo por uma questão de respeito pela função presidencial, pelo prestígio da democracia [não comento as declarações de Cavaco Silva]. Porque se os sucessivos Presidentes da República não têm um respeito naquilo que dizem uns dos outros, em termos de forma e de conteúdo, acabam por não se fazer respeitar pelo povo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na Póvoa de Lanhoso, quando confrontado com as declarações do seu antecessor no Palácio de Belém.

Na quarta-feira, na Universidade de Verão do PSD, Cavaco Silva criticou a "verborreia frenética" da maioria dos políticos europeus, elogiando a exceção do Presidente francês, Emmanuel Macron, a quem dedicou uma parte da sua intervenção de 50 minutos a elogiar a estratégia comunicacional, dizendo ver semelhanças com a que adotou quando exerceu cargos de poder e que passa por recusar qualquer "promiscuidade com jornalistas".

"Eu não comento nem declarações nem decisões de antigos ou futuros presidentes. Isso aplica-se ao presente, aplica-se ao futuro. Tenho dito isso desde o início do mandato. Quem é eleito Presidente da República assume um certo dever de reserva e de contenção, em particular nas relações com os seus antecessores, os que já foram Presidentes e com os seus sucessores", acentuou.

No entanto, explicou o chefe de Estado, essa contenção "não significa não falar da vida política portuguesa" mas "ter muito cuidado no relacionamento com quem foi Presidente da República ou está a ser Presidente da República".

"É uma questão de equilíbrio e de consideração pela função presidencial, e pelo prestígio das instituições democráticas haver todo o cuidado naquilo que se diz", concluiu.

JYCR // JPS

Lusa/Fim

+ notícias: Política

Secretário-geral do PS manifesta "muita preocupação" com posição de Aguiar-Branco

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, manifestou este sábado “muita preocupação” com a posição assumida pelo presidente da Assembleia da República (AR), José Aguiar-Branco (PSD), quanto ao que considera ser “um discurso xenófobo” do líder do Chega.

Governo diz que há “muito que corrigir na política de migrações"

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse este sábado que Portugal tem “muito que corrigir na política de migrações” e que o Governo quer desenvolver um sistema de acolhimento e de integração “que seja humano e que funcione”.

SOS Racismo diz que Aguiar-Branco não tem condições para manter presidência da AR

A associação SOS Racismo defendeu esta sexta-feira que o presidente da Assembleia da República não tem condições para continuar no cargo, depois de ter afirmado que o uso de linguagem que qualifica raças depreciativamente é admissível pela liberdade de expressão.