Fiscalização a lagares de azeite da GNR regista cada vez menos falhas
Porto Canal / Agências
Murça, 12 dez (Lusa) -- A GNR está a fiscalizar os lagares de azeite, numa operação nacional que se repete anualmente e que, segundo fonte policial, tem registado cada vez menos incumprimentos das normas de funcionamento, desde os licenciamentos ao tratamento de resíduos.
A operação "Lagareiro", realizada pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), arrancou a 18 de novembro e termina a 15 de janeiro.
Em Vila Real, a apanha de azeitona está atrasada este ano, pelo que, só agora, a GNR começou a percorrer os 20 lagares que se encontram espalhados pelo distrito.
Numa dessas ações de fiscalização, os militares foram a duas unidades de produção de azeite localizadas no concelho de Murça.
"Esta fiscalização é dedicada ao licenciamento da atividade dos lagares de azeite e ao encaminhamento e tratamento dos resíduos que são produzidos", explicou aos jornalistas o chefe do SEPNA de Vila Real, capitão Eduardo Lima.
O responsável acrescentou que, "na sua laboração, os lagares produzem as águas ruças e o bagaço, que são resíduos que, se não forem devidamente encaminhados e tratados, são muito nefastos para o ambiente".
E, desde que foi lançada a operação há alguns anos, segundo Eduardo Lima, a GNR tem registado cada vez menos infrações.
Já há quase uma década que o cabo José Pinto participa nestas ações e diz que estas têm surtido "muito efeito". "Quando iniciamos a fiscalização a este tipo de atividade notava-se muitas falhas. Atualmente já não acontece", frisou.
Na operação feita na campanha anterior, a GNR levantou três autos de contraordenação no distrito, dois por falta de licenciamento e um por derrame de óleos.
Muitos lagares de azeite fecharam as portas devido às exigências da União Europeia relativamente ao licenciamento e tratamento dos resíduos. Os que mantiveram as portas abertas tiveram que se adaptar e as elevadas coimas pelas infrações às regras ambientais tornaram-se também num elemento dissuasor de incumprimentos.
Em Murça, os militares começaram esta operação na Cooperativa dos Olivicultores.
"A primeira coisa que fazemos é fazer uma visita pelo exterior, ver se há derrames de óleos, se vimos águas residuais serem mal encaminhadas e depois então é que entramos e vamos pedir os respetivos licenciamentos", salientou José Pinto.
O presidente da direção da cooperativa, Rui Dias, referiu que esta unidade cumpre "todo o normativo legal para a atividade. "E a inspeção do SEPNA comprovou que temos tudo em ordem e não há qualquer tipo de problemas", frisou.
A cooperativa está a apostar no aproveitamento dos resíduos, como o bagaço, para a produção de biomassa, através de um projeto pioneiro, e valoriza ainda o caroço de azeitona, que é usado para, por exemplo, o aquecimento de caldeiras.
Mais à frente, na aldeia de Noura, o lagar é mais pequeno. Aqui, todos os resíduos são armazenados e depois vendidos.
A proprietária Eduarda Almeida vê com bons olhos as fiscalizações. "São muito simpáticos e a gente também respeita, não é? Aqui temos tudo em ordem", sublinhou.
Paralelamente à operação "Lagareiro", a GNR tem também em curso a ação "Azeitona Segura", que visa o reforço do patrulhamento de proximidade nas explorações agrícolas de todo o país em que decorrem as campanhas da azeitona.
Eduardo Lima referiu que, em Vila Real, "ainda não há registo de qualquer furto". "Mas a nossa principal missão é prevenir", garantiu.
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