Encontro de Povos debate necessidade de repensar a Serra da Lousã

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Porto Canal com Lusa

Castanheira de Pera, Leiria, 13 jul (Lusa) - O Encontro de Povos Serranos, que se realiza no sábado, vai debater a necessidade de se repensar a Serra da Lousã, após os trágicos incêndios que assolaram o Pinhal Interior, provocando 64 mortos e mais de 200 feridos.

"Esta situação criou uma oportunidade para se fazer uma gestão mais sustentada dos recursos e de se pensar de forma mais ampla nas soluções para os atuais problemas", disse à agência Lusa o biólogo Carlos Fonseca, um dos participantes no debate, que decorre no Santo António da Neve.

Para o investigador e docente da Universidade de Aveiro, que para a semana vai assumir funções na Comissão Técnica Independente de análise aos incêndios de Pedrógão Grande, a estratégia passa por ter zonas de produção florestal e de proteção, com a plantação de novas espécies.

"Temos de olhar para o território como uma unidade de produção, com zonas de amortecimento e de proteção, em que temos de introduzir espécies como o castanheiro e a nogueira, formando anéis à volta das aldeias, que funcionem como zonas tampão", defendeu.

Carlos Fonseca considera que é preciso "agir de uma forma diferente do que tem sido feito", para a qual é preciso uma mudança de mentalidades.

O biólogo defendeu ainda uma aposta na plantação de espécies como os medronheiros, que são nativas e "podem ter um papel relevante ao nível da rentabilidade para quem vive no território".

O debate ao ar livre "Serra da Lousã - Repensar e agir!" conta ainda com a participação do engenheiro florestal Armando Carvalho, do investigador Aires Henriques, do engenheiro José Pais, administrador da Praia das Rocas, e da investigadora da Universidade de Coimbra Rita Serra.

O Encontro de Povos Serranos, que decorre no Santo António da Neve, no concelho de Castanheira de Pera, costuma reunir centenas de participantes em confraternização e defesa da serra, provenientes da Castanheira de Pera, Lousã, Góis e Miranda do Corvo, mas também de Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande.

No local, o segundo ponto mais alto da Serra da Lousã, existe uma capela dedicada a Santo António, mandada construir em 1786 por Julião Pereira de Castro, neveiro-mor da Casa Real.

Durante séculos, no inverno, o gelo era armazenado nos poços, cavados no xisto, e depois transportado em carros de bois durante a noite até Vila Nova da Barquinha.

Seguia depois de barco, pelo rio Tejo, até Lisboa, para ser consumido em gelados na corte e nos cafés da capital, como o Martinho da Arcada.

AMV // SSS

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