CGTP acusa Governos de terem estado de "costas voltadas" para floresta

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 jul (Lusa) - O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, acusou hoje os vários Governos dos últimos 20 a 30 anos de terem estado de "costas voltadas" para a floresta e para a agricultura, criticando ainda o desinvestimento no interior do país.

De acordo com Arménio Carlos, é preciso "definir de uma vez por todas uma política florestal para o país para não se repetir aquilo que se repetiu por falta de resposta e, sobretudo nalguns casos, por desleixo e também por responsabilidades políticas ao longo dos últimos 20 a 30 anos de legislação".

À entrada para a reunião plenária da Comissão Permanente de Concertação Social, em Lisboa, o secretário-geral da central sindical afirmou que já existe legislação aprovada no âmbito das florestas, mas "não foi aplicada".

Neste sentido, Arménio Carlos considerou que as opções políticas dos últimos Governos prejudicaram o interior do país, que já estava desertificado e ficou "numa situação mais difícil".

"Mais do que estar a fazer grandes tiradas generalistas, o que importa agora são medidas concretas para resolver o problema", afirmou o dirigente da CGTP, indicando que "é necessário investimentos profundos na área do interior para atrair empresas e para criar emprego, é fundamental fixar as pessoas que ali trabalham e ali habitam e, por outro lado, é fundamental também garantir a manutenção de serviços públicos".

Para Arménio Carlos, a existência de serviços públicos a funcionar no interior do país "é sempre um elemento de atração para a fixação e para a vinda de mais pessoas".

"Aquilo a que assistimos, ao longo dos últimos anos, foi o encerramento sucessivo de serviços públicos e já agora também vários Governos de costas voltadas para a floresta e para a agricultura, com todas as consequências que daqui resultam", reforçou o sindicalista.

Além da definição de uma política florestal para o país, o secretário-geral da CGTP disse que é preciso "responder de imediato às necessidades mais prementes das pessoas" afetadas pelos incêndios e "garantir que as medidas para a recuperação da habitação sejam implementadas o mais urgentemente possível".

Dois grandes incêndios florestais começaram no dia 17 de junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. Foram extintos uma semana depois, depois de consumirem mais de 53 mil hectares.

Os fogos da região Centro afetaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas.

Os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.

A 27 de junho, os parceiros sociais tinham pedido esta reunião extraordinária.

Neste âmbito, a reunião plenária da Comissão Permanente de Concertação Social tem como ponto único a reforma das florestas e os incêndios do passado mês de junho, contando com a presença do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, e do secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza.

SYSM // ROC

Lusa/fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.